O presidente afastado da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Rogério Caboclo, fechou um acordo com o Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ) para doar uma tonelada de ração e também produtos médicos veterinários à Sociedade União Internacional Protetora dos Animais (Suipa).
De acordo com o MP, a ação faz parte do inquérito que investiga uma suposta ofensa feita pelo executivo a uma ex-funcionária que o acusa de tê-la chamado de “cadela” – a mulher também afirma que ele ofereceu biscoito de cachorro para ela
Além do alimento canino e dos medicamentos, Rogério Caboclo também pagará R$ 100 mil para entidades que atuam no combate à violência contra a mulher.
De acordo com o Ministério Público, o acordo não significa uma admissão de culpa e o cartola da CBF aceitou fazer a doação para que o inquérito fosse arquivado, pois a denúncia do órgão poderia levá-lo a julgamento.
Em nota, o MP revelou que acordos deste tipo só são fechados com pessoas que não possuem antecedentes criminais e não podem ser feitos pelos próximos cinco anos. Apesar disso, é importante ressaltar que a vítima também pode denunciá-lo em outras esferas públicas.
Afastamento de Rogério Caboclo
Assim como noticiou o Brasil123 , a Justiça do Trabalho do Rio de Janeiro decidiu, no começo desta semana, que o presidente afastado da CBF, não poderá voltar à entidade até setembro de 2022 por conta das investigações por assédio sexual, moral e agressões.
O afastamento de um ano foi decidido por Aline Maria Leporaci Lopes, do Tribunal Regional do Trabalho do Rio de Janeiro, e foi ao encontro do que pediu Ministério Público do Trabalho.
Na decisão, que cabe recurso, a juíza ainda determinou uma multa de R$ 500 mil por dia caso a CBF ou Caboclo desobedeça a decisão. O mandatário da entidade está afastado desde junho, quando áudios e denúncias de um suposto assédio sexual moral cometidos contra uma funcionária da entidade vieram à tona.
De acordo com Aline Maria, a decisão de afastar Rogério Caboclo foi tomada a fim de proteger os funcionários que denunciaram o dirigente. Isso porque, depois da primeira denúncia, outras duas mulheres afirmaram ter sido vítimas de assédio sexual do presidente da entidade máxima do futebol brasileiro e um terceiro funcionário relatou ameaças e agressões.
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