O Ministério da Saúde voltou atrás e divulgou que não recomenda mais que adolescentes de 12 a 17 anos sem comorbidades recebam doses da vacina contra a Covid-19, contrariando um comunicado realizado no começo deste mês, onde a pasta recomendava a imunização no público em questão a partir da última quarta-feira (15).
Com a decisão, somente três tipos de adolescentes serão vacinados neste primeiro momento. São eles os com:
- Deficiência permanente;
- Comorbidades;
- E aqueles que estejam privados de liberdade.
Em nota, o Ministério da Saúde afirmou que a nova recomendação acontece porque a “Organização Mundial de Saúde não recomenda a imunização de criança e adolescente, com ou sem comorbidades”.
Ainda no comunicado, a pasta explica que a constatação da OMS é que as crianças e adolescentes sofrem menos riscos por complicações da Covid-19 e, neste sentido, entende-se ser “menos urgente” a imunização deste grupo em relação aos mais velhos, com comorbidades, ou trabalhadores da saúde, por exemplo.
“A maioria dos adolescentes sem comorbidades acometidos pela Covid-19 apresentam evolução benigna, apresentando-se assintomáticos ou oligossintomáticos”, disse na nota do Ministério da Saúde.
Falta de estudo sobre vacinação em adolescentes
Até o momento, explica a pasta, os benefícios da imunização em adolescentes sem comorbidades ainda não estão claramente definidos, pois apenas um estudo do caso foi realizado.
Por conta disso, o órgão explica que não recomenda vacinar os adolescentes, mesmo sendo muito raros os efeitos adversos graves nesse público.
Suspensão da imunização
Atualmente, dois estados paralisaram a imunização dos adolescentes, sendo eles: Natal e Salvador – hoje, por conta do Plano Nacional de Imunizações, estados e municípios têm autonomia para organizar a fila de vacinação.
Todavia, nas últimas semanas, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, tem criticado estados que deixaram de seguir as mais recentes decisões da pasta. Uma dessas decisões foi referente ao adiamento da vacinação dos próprios adolescentes.
Além disso, o chefe da pasta também questiona o fato de que alguns estados tenham reduzido o intervalo entre doses e a aplicação da dose de reforço em um público mais amplo do que o definido pela pasta em conjunto com os conselhos de secretários estaduais e municipais de saúde.
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