Dados do Instituto de Segurança Pública (ISP-RJ) revelados nesta quarta-feira (26) mostram que o estado do Rio de Janeiro registrou, em 2021, o menor número de homicídios dolosos, aqueles onde há a intenção de matar, dos últimos 30 anos. Segundo o levantamento, foram 3.245 assassinatos intencionais no ano passado, o menor número desde que o ISP começou a fazer o levantamento, isso em 1991.
Quando comparado com 2020, nota-se uma redução de 8%, pois, no ano em questão, foram 3.544 vítimas fatais. Ainda conforme o ISP, o recorde de homicídios foi relatado no ano de 1995. Na ocasião, foram 8.438 pessoas mortas intencionalmente no estado do Rio de Janeiro. Quando comparado com 1995, a queda em 2021 foi de 61%.
De acordo com Marcela Ortiz, diretora-presidente do ISP, a queda dos indicadores deve ser comemorada, ainda mais quando lembrado que, no ano de 2020, o número já vinha em queda. Todavia, na época, o isolamento social por conta da Covid-19 foi tido como um dos fatores para essa diminuição. Já em 2021, as políticas de isolamento foram relaxadas e as pessoas voltaram às ruas.
“A queda nos crimes contra o patrimônio é positiva, ainda mais quando levamos em consideração que em 2020 esses crimes apresentaram diminuições por causa do isolamento social no estado”, afirmou.
Para Pablo Nunes, do Centro de Estudos de Segurança e Cidadania, em entrevista ao portal “G1”, tão importante quanto uma queda é observar como os homicídios dolosos se espalham pelo território do estado. Segundo ele, somente assim é possível elaborar políticas públicas para cada região.
“O que nós vemos é que, em muitos lugares, temos reduções expressivas em que muitas das vezes encabeçam e puxam para baixo os indicadores. Mas, a despeito, outras áreas têm crescimentos importantes, principalmente no interior do estado”, afirmou.
Alguns homicídios não entraram na conta
Em nota, o instituto ressaltou que, nessa pesquisa, não estão incluídos os antigos “autos de resistência”, que são as mortes causadas por policiais. De janeiro a novembro do ano passado, agentes do estado mataram 1.298 pessoas. O número já era maior do que todo registrado no ano de 2020, quando foram relatadas 1.245 mortes – os dados de dezembro ainda não foram divulgados.
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