Retração da Indústria pode ser explicada pelos juros altos, diz especialista

A alta dos juros está diretamente associada ao comportamento negativo que registrou neste primeiro semestre a Indústria. Isso quem afirma é André Macedo, gerente da Pesquisa Industrial Mensal, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Nesta terça-feira (01), o IBGE divulgou que a produção industrial brasileira cresceu 0,1% na passagem de maio para junho, o que indica estabilidade. No entanto, no acumulado do ano, de janeiro a junho, constata-se uma retração de 0,3% na comparação com o primeiro semestre de 2022.

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De acordo com André Macedo, o atual patamar dos juros, 13,75% ao ano, explica que, de um lado, ele traz um grau de diminuição da atividade produtiva e, do outro, afeta as famílias. “Há dificuldade de acesso ao crédito e permanência das taxas de inadimplência em patamares altos”, afirmou ele.

Ao analisar o resultado da indústria nacional na passagem de maio para junho de 2023, nota-se que, somente uma das quatro grandes categorias econômicas e sete dos 25 ramos industriais pesquisados relataram um crescimento na produção.

Dos segmentos do setor, a maior influência positiva nos grupos de atividades veio de indústrias extrativas, que registou um avanço de 2,9% em junho. Isso, após ter relatado um crescimento de 1,4% em maio.

“São cinco taxas positivas em seis meses, influenciado pelo avanço na extração de petróleo e minérios de ferro”, afirma o especialista, que ressalta, todavia, que o setor é um dos poucos que, atualmente, se encontra acima do patamar pré-pandemia da Covid-19, com 7% de alta perante em comparação ao nível de fevereiro de 2020.

Mesmo com números melhores do que o relatado um pouco antes da pandemia, a Indústria ainda se encontra longe de estar em seu melhor momento. Em junho, por exemplo, a indústria estava 18% abaixo de maio de 2011, patamar mais alto da produção industrial. “Não conseguimos recuperar de forma mais consistente em relação ao ponto mais alto da série”, ressaltou André Macedo.

Conforme o levantamento divulgado nesta terça-feira pelo IBGE, outros setores que contribuíram para o resultado de junho de 2023 foram confecção de artigos do vestuário e acessórios (4,9%), de produtos de borracha e de material plástico (1,2%) e de produtos de metal (1,2%).

Por outro lado, entre as 16 atividades em queda, coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (-3,6%), veículos automotores, reboques e carrocerias (-4,0%) e máquinas e equipamentos (-4,5%) foram os segmentos que exerceram os principais impactos negativos para a indústria.

Leia também: Agro registra alta na população ocupada, renda e escolaridade

Alisson Ficher

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