Reino Unido decide se vai extraditar Julian Assange para os EUA na segunda-feira

A Justiça britânica deve decidir na próxima segunda-feira (4) se vai extraditar Julian Assange para os Estados Unidos. O ativista australiano ficou famoso depois de virar centenas de milhares de segredos de Estado de cabeça para baixo com diversos vazamentos divulgados no portal criado por ele, o WikiLeaks. Entre 2010 e 2011, mais de 250 mil documentos da diplomacia americana vieram a público. 

Julian Assange, de 49 anos, está preso em Londres e enfrenta acusações de conspiração por hackear computadores do governo americano. Além disso, pode responder por violar a Lei de Espionagem do país ao obter e divulgar documentos confidenciais em 2010 e 2011. Ao todo, são 18 acusações contra o ativista, conforme a mídia internacional.

Uma decisão a favor do pedido de extradição dos EUA pode abrir caminho para um julgamento de alto risco que Assange tem procurado evitar há anos. De acordo com seus apoiadores, isso representa uma ameaça perigosa à liberdade de imprensa. O fundador do WikiLeaks pode pegar até 175 anos de prisão se for considerado culpado de todas as acusações.

Contudo, se a juíza, Vanessa Baraitser, rejeitar o pedido de extradição, isso daria a Julian Assange uma grande vitória. De certo modo, é um momento em que os recentes governos dos EUA têm usado cada vez mais a Lei de Espionagem contra fontes de jornalistas.

O futuro de Julian Assange

Vale ressaltar que a juíza britânica não decidirá se Assange é culpado do delito. A função dela é decidir se o pedido de extradição dos EUA atende aos requisitos estabelecidos em um tratado de 2003 com o Reino Unido. Ou seja, que o suposto crime pelo qual Julian Assange é procurado poderia também levar a julgamento na Grã-Bretanha, se ele tivesse cometido isso lá.

Em contrapartida, se Baraitser determinar a favor da extradição, o caso irá para o secretário do Interior da Grã-Bretanha, que toma a decisão final sobre as extradições. Porém, segundo analistas, seria uma escolha politicamente delicada. Isso porque Assange é uma figura tão conhecida, e as acusações que enfrenta nos Estados Unidos são tão graves, que uma decisão das autoridades britânicas terá consequências duradouras.

Por fim, antes de passar para o ministro do Interior, os recursos provavelmente podem manter o caso Julian Assange por meses nos tribunais. E, se ele perder, também pode tentar levar o caso ao Tribunal Europeu de Direitos Humanos.

Lobato Felizola

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