Nesta terça-feira (12), em entrevista à GloboNews, o vice-presidente da CPI da Covid, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), afirmou que o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, não prestará novo depoimento ao colegiado por ter sido “convertido ao negacionismo”.
Na avaliação de Randolfe, Queiroga se transformou ao longo dos meses, mudando sua postura sobre o enfrentamento da pandemia de Covid-19 no Brasil. O presidente da CPI da Covid, senador Omar Aziz (PSD-AM), justificou a opção por descartar um novo depoimento de Queiroga dizendo que a oitiva seria “palco para bolsonarista”.
“O Marcelo Queiroga que prestou depoimento no começo da CPI, ali pelo meio de maio, não é o Marcelo Queiroga de hoje. O Marcelo Queiroga original foi um que eu ouvi uma declaração do tipo ‘máscara pode ser tão eficaz quanto vacinação’. O Marcelo Queiroga de hoje disse o seguinte ‘olha, máscara não pode ser obrigatório’ (…) Eu gostaria até que sua Excelência não fosse ao final do relatório indiciada, mas ele dá elementos por omissão, várias, de que tenderá a ser indiciado”, disse Randolfe.
CPI da Covid quer ouvir Carlos Carvalho ao invés de Queiroga
No lugar do ministro, a CPI convocará o médico Carlos Carvalho, coordenador do estudo contra o uso do chamado “kit Covid”, para prestar depoimento no dia 18 de outubro.
“A decisão de ouvir o doutor Carlos Carvalho é que a CPI tem que triunfar sobre o negacionismo. Tem que deixar um recado claro aos brasileiros dizendo o seguinte: os que insistiram nisso, mesmo a ciência tendo dito que não tinha eficácia, criminosos são. E devem responder pelos crimes que praticaram.”, afirmou o senador.
Encomendado pelo governo e inicialmente com data de análise agendada para o começo de outubro, o estudo de Carvalho foi removido da pauta pela Conitec (Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde).
Na reta final, a CPI da Covid deve ser concluída no dia 19, data que está marcada a leitura do relatório do colegiado.