Nesta sexta-feira (27), em agenda oficial no Rio de Janeiro, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, criticou o chamado “passaporte da vacina”, anunciado pelo governo do Rio e de São Paulo, e se mostrou contrário às leis que obrigam o uso de máscaras de proteção contra a Covid-19, apesar de avaliar que o equipamento é eficaz na prevenção da doença.
“Passaporte não ajuda, não ajuda em nada. Tudo que é imposição, que é lei… o Brasil já tem um regulamento sanitário que é um dos mais avançados do mundo. E essas matérias, elas são matérias administrativas. O certificado de vacinação está lá, qualquer um pode pegar. E você começar a restringir a liberdade das pessoas, exigir um passaporte, carimbo, querer impor por lei uso de máscaras pra tá multando as pessoas, indústria de multa, nós somos contra isso”, afirmou.
A fala do ministro foi feita após o prefeito do Rio, Eduardo Paes (PSD), anunciar a criação do passaporte da vacina, que deverá ser apresentado tanto por moradores quanto por turistas em visita à capital fluminense. Na avaliação dele, a medida é “descabida”.
“O povo brasileiro é livre e nós queremos que as pessoas exerçam de acordo com sua consciência. Eu uso máscara porque entendo que é importante, você também, não é porque tem uma lei que se você não usar máscara alguém vai lhe multar”, completou.
Especialista critica posicionamento de Queiroga sobre máscaras contra Covid-19
Para o infectologista Luís Fernando Aranha Camargo, esse tipo de declaração contra o uso de máscaras atrapalha o controle da pandemia de Covid-19 no Brasil.
“O poder público tem que ter consciência de que essas atitudes levam a ações na frente, na ponta, pela população, de não utilização de máscara. Com a situação da variante delta circulando no Brasil e a notícia de escape vacinal, nós dependeremos fortemente de máscara e de evitar aglomeração nos próximos dias. Portanto, esse tipo de apologia é um desserviço para o controle da pandemia no dia de hoje”, afirmou em entrevista ao G1.