Queda do dólar não deve reduzir preço da gasolina nas bombas

Desde o início da pandemia da Covid-19, os brasileiros passaram a entender melhor as variações do dólar. Isso porque a cotação da moeda norte-americana não afeta apenas a vida daqueles que viajam pelo exterior. Pelo contrário, a pessoa nem precisa sair do seu bairro para sentir os impactos da cotação do dólar.

Nos últimos dois anos, a divisa americana acumulou ganhos expressivos ante o real. E isso refletiu diretamente nos preços de produtos importados pelo Brasil, como o petróleo. A saber, os preços internacionais dos itens são cotados em dólar, e quanto mais elevada a moeda, mais caro o brasileiro pagará para adquirir tais produtos.

Como a gasolina é um derivado do petróleo, seus preços são afetados diretamente pela cotação da commodity. Isso quer dizer que os motoristas consomem uma gasolina produzida nacionalmente, mas cujo componente principal é importado, pelo menos parte dele. E o resultado é a elevação dos preços do combustível.

Petrobras não deve baratear a gasolina

Nos últimos tempos, o dólar vem perdendo força em relação ao real. Apenas em 2022, a divisa acumula uma desvalorização de 14,66%, mas isso não quer dizer que os preços dos produtos importados irão cair. Em outras palavras, a gasolina não deverá ficar mais barata, apesar do enfraquecimento do dólar.

Vale destacar que a Petrobras reajustou a gasolina em 18,8% no último dia 11. Muitos podem não ter entendido o reajuste, visto que o dólar está mais barato, mas a guerra na Ucrânia vem impulsionando os preços do petróleo. A propósito, a commodity acumula uma valorização superior a 40% em 2022, o que explica o encarecimento da gasolina.

De acordo com a Petrobras, o reajuste promovido não eliminou toda a defasagem dos preços nacionais em relação aos internacionais. Em suma, a defasagem atual gira em torno de 5%, bem abaixo dos 40% registrados no início de março. Como a taxa está baixa, os economistas não acreditam que a Petrobras promoverá um novo reajuste tão cedo.

Contudo, eles também afirmam que a redução dos preços dos combustíveis em um futuro próximo é improvável. Mesmo com a queda do dólar no ano, os empresários tendem a demorar mais tempo para repassar a queda em seus preços.

Além disso, o reajuste da Petrobras se refere à gasolina vendida às distribuidoras, que é de tipo A e não possui etanol. Já a gasolina encontrada nos postos de combustíveis é de tipo C, que tem adição de etanol.

Por fim, os custos com distribuição, revenda, funcionários, impostos, margem de lucro, entre outros, pesam fortemente no cálculo feito por donos de postos de combustíveis. Isso quer dizer que os motoristas sempre pagam bem mais caro ao comprar gasolina. E isso deverá continuar, pelo menos nas próximas semanas.

Leia Também: Cenário global preocupa empresários da construção civil

Ruan Samarone

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