Um estudo realizado pela Pesquisa Nacional da Saúde (PNS) revelou que pelo menos 8,9% das mulheres brasileiras já sofreram algum tipo de violência sexual na vida. De acordo com o órgão, as entrevistas foram feitas em 2019 por meio de visitas a mais de 100 mil domicílios selecionados por amostragem em todo o país.
Idosa de 84 anos é vítima de estupro após ter casa invadida
De acordo com o estudo, uma das novidades foi utilizar duas perguntas distintas para identificar os diferentes casos de violência sexual. Com isso, os pesquisadores conseguiram incluir desde casos de estupro até situações de importunação sexual.
Perguntas
Segundo o PNS, uma das perguntas questionava se a pessoa já “foi tocada, manipulada, beijada ou teve partes do corpo expostas contra a vontade”. A questão foi respondida positivamente por 79,7% das vítimas de violência sexual. Destas, 76,1% eram mulheres e 89,3% os homens.
A outra pergunta era se a pessoa “foi ameaçada ou forçada a ter relações sexuais ou quaisquer atos sexuais, contra a vontade”. Neste caso, 50,3% das vítimas disseram ter vivido a situação, sendo 57,1% das mulheres e 32,2% dos homens.
Quase dez milhões de vítimas
Com base nos dados recolhidos, o PNS estima que cerca de 9,4 milhões de pessoas de 18 anos ou mais já foram vítimas de algum episódio de violência sexual em algum momento da vida.
Nessa esteira, o número representa 5,9% da população. No entanto, como era de se esperar, o percentual de vítimas do sexo feminino é muito maior:
- 2,5% dos homens sofreram agressões sexuais na vida e;
- 8,9% das mulheres brasileiras já sofreram esse tipo de agressão.
Ainda conforme o estudo, somente nos 12 meses que antecederam as entrevistas, mais ou menos 1,2 milhão de pessoas foram vítimas de violência sexual, dentre as quais 72,7%, isto é 885 mil, eram mulheres.
Agressão dos companheiros
Um fato alarmante é que, na maioria das vezes, as agressões sexuais contra mulheres foram feitas pelos seus próprios companheiros, namorados, cônjuges ou ex-parceiros – 53,3%. Além disso, o estudo também mostrou que 61,6% dos casos, na residência das próprias vítimas.
Consequências da violência sexual
Por fim, a pesquisa ainda revelou que a violência sexual vai muito além da dor física. Isso porque os casos geram consequências psicológicas, pois 60,2% das vítimas declararam que a agressão provocou “medo, tristeza, desânimo, dificuldades para dormir, ansiedade, depressão ou outras consequências psicológicas”.
Leia também: Luís Felipe Manvailer é condenado a 31 anos por matar Tatiane Spitzner