A Polícia Civil revelou, nesta quinta-feira (03), que está investigando uma quadrilha de criminosos que estão atuando com “hora marcada” no Rio de Janeiro. Isso porque os bandidos, que se passam por compradores de produtos anunciados na internet para cometer assaltos, marcam o local e o horário com o vendedor para fazer o negócio e, por lá, revelam o crime.
Em entrevista ao “RJ1”, uma moradora da Zona Norte do Rio de Janeiro diz que o criminoso que entra em contato se mostrando interessado nos produtos “é uma pessoa muito bem articulada”. “Me pareceu muito real. A gente passa por isso e fica muito vulnerável”, contou ela, uma das vítimas dos acusados.
De acordo com essa mulher, para ganhar sua confiança, um dos criminosos chegou a pedir desconto, falar sobre o frete e perguntar mais sobre o produto. “Ele faz isso justamente para passar confiança”, pontuou a vítima.
Segundo a Polícia Civil, um dos integrantes da quadrilha já foi identificado. Ele é Maurício Santos de Oliveira, flagrado por imagens de câmeras de segurança que mostram a ação dele e de um outro homem que a corporação ainda não sabe quem é.
“Quando eles entraram, fizeram toda uma encenação. Primeiro, para ter certeza se só tinha a gente porque queriam facilidade, eles olharam, foram no quarto para ver o armário. Mas depois eu entendi que aquilo era para prender a atenção de todos em um local só”, disse a vítima, revelando que, além dela, no dia do roubo, estavam no imóvel sua sogra e seu filho de nove anos – todos foram amarrados e feitos reféns.
Ao todo, os bandidos permaneceram na casa por cerca de uma hora. Neste tempo, eles pegaram três celulares, uma aliança, um videogame, um computador e R$ 7,4 mil da conta da vítima. Na sequência, eles chamaram um táxi e saíram do local.
Segundo Deoclécio de Assis, delegado à frente do caso, a Polícia Civil constatou que o grupo é organizado e vem agindo em bairros do Rio de Janeiro. “Eles programam suas ações naquilo que a gente apelidou de assalto com hora marcada”, disse o agente público.
Conforme explica o delegado, além de Maurício Santos de Oliveira, que está preso, e o homem que ainda não foi identificado, a Polícia Civil pediu a prisão de Matheus de Oliveira Mascarenhas, também acusado de participar do bando – todos irão responder por roubo e associação criminosa.
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