A Polícia Civil do Distrito Federal deflagrou, nesta sexta-feira (12), uma operação que teve como foco desarticular uma quadrilha em que seus integrantes se passavam por juízes do DF para aplicar golpes em prefeituras pelo interior do Brasil.
Em nota, a entidade revelou que seis pessoas foram presas acusadas de estarem envolvidas nesses golpes, que teriam causado um prejuízo de cerca de R$ 3 milhões nas administrações do interior do país.
Ainda conforme a entidade, os mandados de prisão, e também de busca e apreensão, foram cumpridos nas cidades de Hortolândia e Campinas, ambas localizadas no interior de São Paulo.
Criminosos se passando por juízes
De acordo com as investigações, para poder praticar seus golpes, os integrantes da quadrilha se passavam por juízes e servidores do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT).
Segundo Dário Freitas, delegado responsável pelo caso, o intuito desses criminosos era coagir prefeitos e até procuradores com a possibilidade de bloqueio das contas públicas.
“Para evitar os falsos bloqueios, os prefeitos e os procuradores eram induzidos a realizar pagamentos de dívidas inexistentes, representadas por atos judiciais e sentenças falsificadas”, explica Dário Freitas, que ainda revela que os bandidos são suspeitos de terem cometido os crimes em 33 prefeituras, em oito estados:
- Alagoas;
- Amazonas;
- Bahia;
- Ceará;
- Goiás;
- Mato Grosso do Sul;
- Pará;
- Paraná.
Esquema organizado
Confirme apontam as apurações, os bandidos atuavam de maneira muito organizada e, de certa forma, “profissional”. Prova disso é que até mesmo as linhas telefônicas usavam o prefixo (61), o que fazia com que as vítimas acreditassem que eles eram ligados ao TJDFT.
Além disso, eles só faziam os contatos durante o horário de expediente do tribunal, das 12h às 19h, o que trazia ainda mais segurança de que eles eram, de fato, integrantes da Corte de Brasília.
Umas das técnicas também usadas pelos criminosos foi explorar cidades onde houve a troca das equipes das prefeituras depois das eleições. Neste caso, eles tinham como objetivo fazer com que os administradores municipais acreditassem que essas dívidas falsas haviam sido deixadas pelas gestões anteriores.
Por fim, importante destacar que, até o momento, nem a Polícia Civil e nem o Tribunal de Justiça do Distrito Federal revelaram se, neste esquema, existe a suspeita de que servidores do órgão possam ter ajudado no cometimentos dos crimes.
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