Presidente do STF cita falta de mulheres em tribunais superiores no dia da indicação de advogado de Lula ao Supremo

Rosa Weber, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), disse, nesta quinta-feira (01), que existe um número “ínfimo” de mulheres na cúpula do Poder Judiciário e também nos Tribunais Superiores. A declaração da ministra aconteceu algumas horas depois de o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ter confirmado a indicação de Cristiano Zanin para ocupar uma vaga na Corte.

Indicação de advogado de Lula na Lava Jato ao STF é publicada no Diário Oficial

Assim como publicou o Brasil123, Cristiano Zanin vai ocupar a vaga deixada pelo ex-ministro Ricardo Lewandowski, que deixou a corte em abril deste ano ao completar 75 anos, idade limite para que um ministro exerça o cargo. Agora, Cristiano Zanin, que nasceu em Piracicaba, interior de São Paulo, se formou em direito pela PUC de São Paulo e é especialista em litígios estratégicos e decisivos, empresariais ou criminais, nacionais e transacionais, passará por uma sabatina no Senado, sendo preciso a aprovação de seu nome na Casa para que ele possa, de fato, ocupar uma cadeira no Supremo.

De acordo com informações do canal “Globo News”, alguns aliados de Lula criticaram a indicação por não promover diversidade na Corte. Com a aprovação de Cristiano Zanin, por exemplo, quando o assunto é gênero, destaca-se que o STF continuará com apenas duas mulheres em um universo de 11 ministros.

“No Brasil, nós temos muitas mulheres na base da magistratura, na Justiça em primeiro grau, mas o número decresce no intermediário. Na cúpula, nos tribunais superiores, o número é ínfimo”, disse Rosa Weber durante um encontro com o presidente da Finlândia, Sauli Niinistö, na sede do STF, em Brasília. Em outro momento, Rosa Weber, que costuma criticar constantemente a falta de representatividade feminina nos Poderes, ainda destacou que foi a primeira mulher da carreira da magistratura a chegar ao Supremo.

Recentemente, ela destacou que, em sua visão, a baixa presença feminina deve ser classificada como um “déficit” para a democracia. “É preciso que se diga que o déficit de representatividade feminina significa um déficit para a própria democracia brasileira. Reverter essa disparidade histórica de representação é imperativo que nos desafia a todos. Homens e mulheres, partidos políticos. Sociedade civil e instituições do estado”, disse ela, completando que avançar na resolução das desigualdades significa aperfeiçoar a democracia “transformando um potencial direito em um direito efetivamente exercido”.

Leia também: Professor diz que se pode criticar entusiasmo de Lula, mas diálogo com Venezuela é necessário

Alisson Ficher

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