Na última segunda-feira (3), o prefeito de Itajaí/SC, Volnei Morastoni (MDB), usou as redes sociais para dizer que a cidade poderá adotar a aplicação de ozônio por via retal como medida de tratamento contra o coronavírus Covid-19.
O caso chamou á atenção de moradores da cidade e de outros lugares do Brasil visto que a técnica não tem qualquer eficácia comprovada contra a doença e não se sabe ainda de onde o prefeito tirou essa ideia de cura.
Segundo o prefeito, a pessoa que for diagnosticada com coronavírus tem que fazer durante 10 dias seguidos cerca de 10 sessões de ozônio.
O que a prefeitura de Itajaí quer fazer
Portanto, o prefeito de Itajaí diz que trata-se de uma “nova etapa” de ação de combate ao coronavírus na cidade, que inclui a ingestão de cânfora, tanto de maneira preventiva quanto para os casos já positivados.
Além desse tratamento, Morastoni cita também a continuidade o medicamento antiparasitário Invermectina e do antibiótico Azitromicina.
A ivermectina, medicamento antiparasitário, também não tem comprovação científica de eficiência contra a Covid-19, segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Morastoni disse ainda que a prefeitura se inscreveu no Conselho Nacional de Pesquisa e Ética (Conep), ligado ao Ministério da Saúde, com o objetivo de conseguir autorização para ter um ambulatório de ozônio, com aparelhos e kits necessários para a aplicação, “adotando o protocolo nacional de pesquisa”, segundo ele.
Saiba mais sobre a ozonioterapia
A ozonioterapia é uma técnica antiga, porém, ainda considerada experimental pelo Conselho Federal de Medicina.
Ela consiste no uso de uma mistura de ozônio e oxigênio para aumentar o fluxo sanguíneo. Não há evidências científicas que permitam seu uso médico no Brasil, de acordo com o conselho.
O Conselho Regional de Medicina (CRM-SC) também reforçou a falta de estudos que comprovem a eficiência do uso do ozônio contra doenças.