O Banco Central (BC) revelou nesta sexta-feira (4) que a poupança registrou uma retirada recorde de recursos em janeiro deste ano. A saber, a aplicação financeira mais famosa do país encerrou o mês com R$ 280,159 em saques, enquanto os depósitos somaram R$ 260,494 bilhões.
Com isso, janeiro chegou ao fim com uma retirada líquida recorde de R$ 19,665 bilhões. Aliás, a maior retirada líquida mensal da série histórica até então havia sido registrada em janeiro de 2021, quando os saques totalizaram R$ 18,153 bilhões. E, antes desse resultado, o recorde era o de janeiro de 2020 (-R$ 12,356 bilhões).
Embora o primeiro mês dos dois anos anteriores tenham batido recorde de retirada líquida, cada um a sua época, os resultados anuais foram completamente diferentes. Enquanto 2020 chegou ao fim com um valor recorde de captação líquida (R$ 166,309 bilhões), 2021 registrou uma retirada líquida de R$ 35,4 bilhões, terceira maior da história.
A propósito, a série histórica da poupança teve início em janeiro de 1995, ou seja, há 26 anos. Resta aguardar para saber se o resultado de 2022 trará mais uma retirada líquida ou se voltará a ficar no campo das captações líquidas.
De acordo com o BC, os saques líquidos da poupança nos primeiro mês do ano acaba impulsionado pelo aumento de despesas como Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) e Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores (IPVA).
Além disso, as famílias brasileiras também costumam gastar com matrícula e material escolar nos primeiros meses do ano. Janeiro ainda fica marcado pelo pagamento de compras parceladas ou de viagens de férias. Tudo isso aumenta os saques da caderneta e, consequentemente, reduz os depósitos.
Com o acréscimo do resultado de janeiro, o volume total aplicado na poupança caiu de R$ 1,030 trilhão para R$ 1,016 trilhão. Em resumo, a baixa rentabilidade da caderneta também ajuda a explicar a retirada líquida observada em 2021 e em janeiro deste ano. Aliás, no ano passado, a poupança teve a pior rentabilidade real em 31 anos.
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