O agente da Polícia Militar (PM) Anderson César da Silva, de 32 anos, afirmou ter sido vítima de racismo e agredido por outros colegas policiais em Barbacena, cidade localizada no estado de Minas Gerais. De acordo com ele, em entrevista ao programa Fantástico, da “TV Globo”, no domingo (21), tudo aconteceu no momento em que ele passeava com sua filha, uma menina de quatro anos. Segundo o agente, seus colegas o abordaram, agiram com truculência e ainda o trataram como sendo um abusador.
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Na entrevista, ele relatou que tudo aconteceu quando três policiais foram ao local em que ele estava depois que alguém denunciou que havia “um homem alto, de cor parda, levando uma criança pequena em direção a uma mata, e que a criança estaria chorando”.
Quando chegaram em Anderson, revela o policial, ele se apresentou como agente da Polícia Militar e também como pai da menina. No entanto, nada disso impediu que ele fosse vítima de racismo e agredido pelos colegas de farda.
“O militar chegou, virou para mim e falou: ‘Seu preto safado, olha a cor da sua filha, olha a sua cor’. Eu peguei meu celular e comecei a filmar. Ele pegou meu celular e eu tomei um mata-leão e depois desse momento eu não vi mais nada”, relatou.
Ainda conforme a reportagem da emissora carioca, o boletim de ocorrência mostra que a pessoa que denunciou o PM ainda indicou onde Anderson e a filha, que não presenciou a abordagem, estava.
“Eu me senti uma pessoa muito vulnerável ali. No momento em que eles chegaram, que me abordaram daquela forma, eu já pensei em racismo. Você tira uma filha dos braços do pai, espanca ele na frente da filha e ainda imputa um monte de crime em cima dele”, questiona Anderson.
PM foi preso
Após a abordagem, o policial acabou sendo preso e permaneceu detido por 13 dias. Ele é acusado de desobediência, desacato ao superior, ameaça e resistência mediante ameaça ou violência e lesão corporal, podendo pegar mais de oito anos de prisão. Nesse intervalo, a filha do agente passou por exames que não apontaram nenhum tipo de abuso.
Por fim, a informação é que Polícia Militar de Barbacena já abriu um procedimento interno para investigar a conduta dos PMs durante a ação. A representação, que foi apresentada pelo Ministério Público de Minas Gerais, aponta ocorrência de racismo, tortura e lesão corporal sofridos por Anderson durante a abordagem.
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