Uma operação da Polícia Civil culminou na prisão de uma dupla suspeita de fazer parte de um esquema que roubou cerca de R$ 1 milhão de dez vítimas no estado do Espírito Santo. Em nota, divulgada neste sábado (11), a corporação revelou que a prisão foi feita na sexta (10) e aconteceu porque os dois são investigados por aplicar o golpe do “falso trading” – eles convenciam as vítimas a fazerem aplicações no mercado financeiro, afirmando que essas pessoas teriam um rendimento mensal de 10%.
Conforme as investigações, para que as vítimas não notassem que estavam sendo enganadas, os criminosos chegavam a devolver uma parte do dinheiro, afirmando que este seria o lucro mensal das operações. Todavia, um tempo depois, os bandidos sumiam e as vítimas perdiam todo o dinheiro restante.
Líder da organização
De acordo com a Polícia Civil, as duas pessoas presas foram um homem, de 36 anos, e uma mulher, Aline Carlesso, de 29, ambos capturados na cidade João Neiva, no Espírito Santo. A mulher, inclusive, é esposa do suposto líder da organização, Felipe “Trader”, de 34 anos, que está foragido.
“Os golpistas criaram um aplicativo que permite que a vítima acesse a suposta conta do investimento, digitando senha, para acompanhar o rendimento do dinheiro e, se quiser, sacar os fatores”, começa João Neiva, delegado à frente das investigações.
“Ocorre que esse aplicativo não tinha lastro no mercado, ele era manipulado pelos criminosos, e os valores que eram adicionados a título de ‘lucro’ não eram reais”, completou.
Segundo ele, Felipe “Trader”, o homem foragido, tinha uma sala comercial alugada em Vitória, capital do Espírito Santo, onde atendia os clientes interessados no investimento. No início, explica o delegado, as pessoas ficavam desconfiadas e aplicavam um valor pequeno.
No entanto, com o passar do tempo, o apetite das vítimas aumentava na medida em que os falsos lucros apareciam no aplicativo e elas aumentavam os valores “investidos”.
Segundo a Polícia Civil, o grupo tem sido investigado desde o começo de 2020. O homem preso, que não teve seu nome revelado, seria o encarregado de captar os clientes e a mulher era quem receberia parte dos valores em sua conta bancária.
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