A Polícia Civil revelou, nesta sexta-feira (10), que prendeu, em flagrante, dois soldados da Polícia Militar (PM) por fraude processual. De acordo com a entidade, eles omitiram a informação de que um homem, suspeito de ter furtado um carro, havia sido atingido por um tiro nas nádegas na Zona Leste de São Paulo.
Em nota, a entidade revelou que a vítima não corre perigo de morrer, mas, está com a bala alojada em seu corpo. Conforme as informações, o suspeito do furto, que confessou o crime, foi preso e indiciado pelo delito. Para praticar o crime, informou a Polícia Civil, o acusado não estava armado, tendo usado apenas uma chave falsa, mais conhecida como “mixa”, para entrar e levar um Volkswagen Parati 1989.
De acordo com a corporação, os agentes da PM perseguiram o suspeito após localizarem o veículo e a principal hipótese da investigação é que um dos policiais, de 22 e 30 anos, tenha disparado no jovem, que tem 19 anos, enquanto o perseguia pela cidade.
A perseguição ao suspeito só terminou quando o jovem acabou perdendo o controle do carro e bateu. No veículo, que foi entregue para uma proprietária após a apreensão, os investigadores encontraram um buraco compatível com um tiro de pistola .40, modelo usado pelos agentes da Polícia Militar.
Fraude processual dos agentes da PM
Por conta do tiro, que não foi informado na delegacia e nem aos superiores dos agentes, ambos acabaram detidos e encaminhados para a Corregedoria da Polícia Militar. De lá, eles foram levados ao Presídio da PM Romão Gomes, na Zona Norte da capital paulista.
Além de omitirem o fato do disparo, a Polícia Civil também informou que os agentes cometeram outro crime, que foi ter levado o rapaz primeiro para uma delegacia e não para um hospital, visto que ele estava ferido.
Policiais não comentaram sobre o tiro
De acordo com a polícia, os agentes haviam dito que estavam fazendo um patrulhamento de rotina quando receberam a informação de que um furto tinha ocorrido na região, o que acabou culminando na perseguição e prisão do suspeito.
Todavia, nenhum dos dois quis comentar sobre a marca de tiro e sobre o suspeito baleado. Segundo a Polícia Civil, os soldados, que agora permanecem à disposição da Justiça, ainda mexeram na cena do crime, visto que retiraram o veículo furtado do local onde ocorreu a abordagem, encaminhando-o à delegacia.
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