A Polícia Civil revelou nesta sexta-feira (04) ter concluído o inquérito que apurou o desastre em Capitólio, no Sul de Minas Gerais, que deixou dez pessoas mortas no começo de janeiro. Assim como publicou o Brasil123, os óbitos aconteceram após uma rocha desabar e atingir algumas embarcações.
Segundo a corporação, as investigações não apontaram responsáveis ou culpados pelo desabamento, concluindo-se não ter havido nenhuma ação humana específica para a tragédia, caracterizando assim o acidente como um “evento natural”.
Marcos Pimenta, delegado que participou das investigações, contou em entrevista coletiva que a polícia constatou irregularidades no empreendimento, mas esses fatos não apresentaram nenhuma conexão com o desabamento da pedra. “Se houvesse conexão, indiciaríamos responsáveis pelos dez homicídios, o que não ficou comprovado”, afirmou ele.
Em seu parecer, a Polícia Civil não indiciou ninguém, pediu o arquivamento do caso e ainda elaborou dez sugestões que deverão ser encaminhadas para os órgãos e também para as instituições que são responsáveis pelo licenciamento e fiscalização da região.
Segundo a corporação, essas sugestões visam melhorar a segurança em Capitólio, pois outras pedras também podem cair no local. “Tem rocha lá em que é necessária uma intervenção urgente”, contou Otávio Guerra, que é perito e geólogo da Polícia Civil.
De acordo com ele, dentre as sugestões estão a realização de um mapeamento das zonas de risco e a redução do número de embarcações permitidas nos cânions. Além disso, explicou o profissional, a cartilha de recomendação da entidade também indica que seria necessário passar a adotar o uso obrigatório de coletes salva-vidas em toda a represa e a proibição de passeios turísticos após advertências da Defesa Civil.
Esse último tópico citado acontece porque, no dia do acidente, a Defesa Civil de Minas Gerais havia soltado, duas horas antes da tragédia, um alerta informando que chuvas intensas estavam a caminho da região.
Isso, com a possibilidade de ocorrências de cabeça d’água em Capitólio. Segundo a Polícia Civil, neste caso, o responsável seria o piloto, que é quem fica encarregado de averiguar as condições climáticas da região – o motorista da embarcação atingida em cheio está entre os mortos.
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