R$ 2,1 bilhões devolvidos pelo INSS chamam a atenção de quem vive de aposentadoria ou pensão. O montante corresponde a revisões, cobranças indevidas e ajustes judiciais que, após anos de disputas, finalmente retornam ao bolso de quem tem direito. Mas como saber se você faz parte da lista de contemplados? E, caso seja elegível, qual é o procedimento para receber essa quantia? Neste guia completo, você terá respostas claras, prazos e dicas para não perder nenhum centavo.
Por que existe essa devolução de R$ 2,1 bilhões?
A devolução de R$ 2,1 bilhões resulta de uma série de processos administrativos e judiciais. Nos últimos anos, o Tribunal de Contas da União (TCU) e a própria Previdência Social identificaram:
- Reajustes aplicados com índices incorretos em aposentadorias.
- Descontos de empréstimos consignados não autorizados.
- Contribuições previdenciárias recolhidas em duplicidade.
- Pagamentos interrompidos de pensões por erro de cadastro.
Com as falhas comprovadas, bancos e o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) foram obrigados a restituir os valores aos segurados. Segundo nota técnica divulgada em agosto de 2025, o governo reservou a quantia em precatórios e Requisições de Pequeno Valor (RPVs) para acelerar a quitação. Essas medidas atendem às determinações das Leis 13.846/19 e 14.176/21, que reforçaram a transparência nos benefícios.
Quem tem direito a receber os valores?
Nem todo mundo que recebe aposentadoria ou pensão será beneficiado. De acordo com a Portaria 2.987/2025 do Ministério da Previdência, têm direito à parte dos R$ 2,1 bilhões devolvidos os segurados que se enquadram em pelo menos um dos critérios abaixo:
- Beneficiários que tiveram revisão de benefício reconhecida entre julho de 2019 e março de 2025.
- Aposentados com desconto de empréstimo consignado questionado e indeferido administrativamente, mas revertido em juízo.
- Pensionistas que pagaram contribuição após atingir requisito de isenção, conforme artigo 149 da Constituição.
- Herderos de segurados falecidos cujos processos de restituição estejam ativos.
O INSS calcula que aproximadamente 1,3 milhão de aposentados e pensionistas se enquadram nesses parâmetros. O valor individual poderá variar de R$ 180,00 a mais de R$ 60 mil, dependendo do tempo de correção e da quantia retida indevidamente.
Como consultar se você está na lista de contemplados
A consulta é feita exclusivamente pelos canais oficiais. Fugir dessa regra aumenta o risco de golpes. Veja as opções seguras:
- Meu INSS (site ou aplicativo): faça login, clique em “Extrato de Pagamento” e procure por “Processo de Restituição” na aba detalhada.
- Central 135: informe CPF, número do benefício e peça ao atendente a verificação do “Evento 910 – Devolução Administrativa”.
- Agência da Previdência Social: agende atendimento e apresente RG, CPF e comprovante bancário.
“Os valores serão liberados em lotes mensais, priorizando idosos acima de 80 anos e segurados com doenças graves”, esclarece nota da Diretoria de Benefícios do INSS.
Após a confirmação, o sistema exibe a data prevista para depósito na mesma conta utilizada para o benefício mensal. Caso o aposentado tenha trocado de banco, é necessário atualizar o cadastro antes da liberação.
Passo a passo para solicitar a devolução
Mesmo estando na lista, alguns segurados precisarão protocolar pedido. Siga estas etapas:
- Reúna documentos: RG, CPF, comprovante de residência, extratos bancários e decisão judicial (se houver).
- Abra solicitação no Meu INSS escolhendo a opção “Solicitar Restituição”.
- Anexe documentação digitalizada em PDF, com até 5 MB cada arquivo.
- Acompanhe o andamento na aba “Consultar Requerimento”.
- Quando o status mudar para “Pago”, confirme se o crédito entrou na conta informada.
Caso o pedido seja negado, o segurado tem 30 dias para apresentar recurso na Junta de Recursos da Previdência Social. Se a negativa persistir, a saída é buscar a Justiça Federal. Na maioria dos casos abaixo de 60 salários mínimos, o trâmite ocorre nos Juizados Especiais Federais, sem custas iniciais.
Dúvidas frequentes e cuidados ao receber o valor
A liberação de uma quantia extra sempre desperta abordagens de terceiros. Fique atento:
- Golpes por telefone: o INSS nunca solicita pagamento antecipado para liberar a parte dos R$ 2,1 bilhões devolvidos.
- Taxas de intermediários: advogados só podem cobrar honorários após êxito judicial ou contrato pré-assinado. Desconfie de promessas de “dinheiro rápido”.
- Imposto de Renda: valores recebidos em atraso são tributáveis. Na declaração, informe na ficha “Rendimentos Recebidos Acumuladamente”.
- Planejamento financeiro: utilize a restituição para quitar dívidas caras ou formar reserva de emergência, evitando contrair novos consignados.
Caso reste qualquer questionamento, procure o Serviço Social do INSS ou o Núcleo de Prática Jurídica da universidade pública mais próxima. O atendimento é gratuito e pode evitar erros que atrasem o pagamento.
Estar bem informado faz toda a diferença. Verifique se você se encaixa nos critérios, siga o passo a passo e, se for o caso, garanta seu ressarcimento. Afinal, R$ 2,1 bilhões devolvidos representam o reconhecimento de um direito que não pode ser ignorado.












