O governador em exercício, Cláudio Castro, exonerou nesta quarta-feira (09) a porta-voz da Polícia Militar (PM), a tenente-coronel Gabryela Dantas, após um vídeo em que ela ataca e chama de “mentirosas” as reportagens do jornalista Rafael Soares, de Extra e O Globo. O vídeo foi publicado no Twitter da Secretaria de Polícia Militar, mas apagado depois.
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Em nota no twitter, Castro afirmou que confia no trabalho dos policiais que têm a missão, segundo ele, de “servir e proteger”. “Todos os dias somos questionados e muitas vezes vítimas de acusações. Ainda assim, defendo o diálogo com a imprensa. O debate de ideias é importante, mas é preciso preservar e respeitar ambos os lados”, disse.
Vale destacar que, mesmo com a exoneração e o afastamento do cargo de porta-voz, a Tenente-Coronel Gabryela Dantas segue como oficial da Polícia Militar.
Confio no trabalho dos policiais que têm a nobre missão de servir e proteger. Todos os dias somos questionados e muitas vezes vítimas de acusações. Ainda assim, defendo o diálogo com a imprensa. O debate de ideias é importante, mas é preciso preservar e respeitar ambos os lados.
— Cláudio Castro (@claudiocastroRJ) December 9, 2020
Relembre a polêmica envolvendo a PM
Na manhã de ontem, terça-feira (8), os jornais Extra e O Globo publicaram a matéria “Consumo de munição explodiu no batalhão de PMs investigados pelo homicídio de meninas em Duque de Caxias”.
Após a publicação do material, a até então Porta-Voz da Secretaria de Polícia Militar, afirmou que a corporação foi surpreendida “com uma matéria mentirosa”, que, “de forma maldosa, dá a entender que houve aumento de consumo de munição por um batalhão da PM”, que estaria envolvido na morte das primas Rebeca, de 7 anos, e Emily, de 5 anos, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, na última sexta-feira (4).
O vídeo:
Um recado da Ten Coronel Gabriela Dantas RJ pic.twitter.com/vlbIiDhQ2Y
— Renato P Gomes ᶜʳᶠ🇧🇷 (@PedreiraRenato) December 9, 2020
Além disso, durante a gravação, a PM ainda argumentou que o consumo de munição da unidade não sofreu alterações significativas e representa menos de 10% do consumo publicado pelo jornalista que assina a reportagem.
Durante a tarde de ontem e de hoje, entidades de classe, como a Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) e os jornais O Globo e Extra repudiaram os ataques ao jornalista.