Agentes da Polícia Federal (PF) deflagraram, na quinta-feira (28), uma operação que visou um avanço nas investigações que apuram a ocorrência de atos de corrupção e lavagem de capitais, envolvendo o desvio de recursos públicos destinados à saúde do estado do Mato Grosso.
Em nota, a entidade revelou que, ao todo, foram cumpridos 13 mandados de busca e apreensão nas cidades de Cuiabá, no Mato Grosso, e em Curitiba, no Paraná. Além disso, foram executados três dos dois mandados de prisão preventiva expedidos pela Justiça.
De acordo com a PF, a operação de quinta é a continuação de uma ação deflagrada no começo do ano, onde as investigações apontaram que um grupo empresarial, que fornece serviços à Secretaria Municipal de Saúde do Município de Cuiabá, recebeu, entre os anos de 2019 e 2021, mais de R$ 100 milhões.
“A empresa se manteve à frente dos serviços públicos mediante o pagamento de vantagens indevidas, seja de forma direta ou por intermédio de empresas de consultoria, turismo ou até mesmo recém-transformadas para o ramo da saúde”, detalhou a PF.
Ainda conforme o órgão federal, depois do ingresso dos recursos nas contas das empresas intermediárias, muitas vezes com atividades econômicas incompatíveis, os criminosos passavam a movimentar as quantias de forma fracionada.
“Os criminosos movimentavam o dinheiro em quantidades menores por meio de saques eletrônicos e cheques avulsos, de forma a tentar ocultar o real destinatário dos recursos”, informou a PF, que ainda explica que as investigações mostraram que a movimentação financeira também se dava nas contas bancárias de pessoas físicas.
“Em geral, essas pessoas físicas eram vinculadas às empresas intermediárias, que se encarregavam de igualmente efetuar saques e emitir cheques, visando à dissimulação dos eventuais beneficiários”, informou.
Não suficiente, enquanto tentava ocultar as movimentações, o grupo investigado também promovia o que a Polícia Federal chamou de supostas “quarteirizações” de contratos administrativos.
Esses contratos, relata a corporação, teriam o intuito de beneficiar, em última instância, o servidor responsável pelas contratações com a Secretaria Municipal de Saúde e também a empresa Cuiabana de Saúde Pública.
Até o momento, a Polícia Federal, que afirma que continua investigando o esquema, a fim de prender outros supostos envolvidos, não revelou o nome dos presos e nem da pessoa que não foi encontrada. Além disso, a corporação também não relatou por quais crimes esses suspeitos estão sendo acusados.
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