A Polícia Federal (PF) deflagrou, na quinta-feira (11), uma operação que teve como intuito desarticular uma associação criminosa envolvida no extravio de encomendas dos Correios. De acordo com a entidade, a ação aconteceu no Distrito Federal e no estado de Goiás, culminando em três pessoas presas.
Em nota, a PF detalhou que 30 policiais federais deram cumprimento em Goiânia e em Aparecida de Goiânia, ambas em Goiás, e no Distrito Federal, a três mandados de prisão preventiva e seis mandados de busca e apreensão.
“Esta nova operação é um desdobramento da Operação Extravios, que foi deflagrada pela Polícia Federal em dezembro de 2020, ocasião em que foram presos alguns integrantes do grupo criminoso”, informou a Polícia Federal.
Inicialmente, explica a corporação, a investigação, que teve o apoio da área de segurança corporativa dos Correios, começou depois da informação de que inúmeras encomendas que estavam sendo transportadas por uma empresa terceirizada dos Correios passaram a ser furtadas e não chegando, consequentemente, aos seus destinos finais.
“Durante as investigações, apurou-se que os extravios ocorriam no trajeto entre as cidades de Brasília (DF) e Palmas (TO), havendo fortes indícios do envolvimento de alguns motoristas da empresa terceirizada no esquema criminoso”, informou.
Depois que a primeira fase da operação foi deflagrada, os investigadores conseguiram comprovar que os motoristas da transportadora, durante os percursos dos transportes, permitiam o acesso de outros integrantes do grupo criminoso aos compartimentos de cargas dos caminhões. Eram esses suspeitos que realizavam os furtos dos objetos postais.
Não suficiente, a PF ainda constatou que os executores realizavam a abertura dos lacres de segurança dos Correios. “Eles adotaram um método fraudulento que possibilitava que os dispositivos de segurança fossem abertos sem violações, preservando-se a sua integralidade”, detalha.
Com isso, após a abertura dos compartimentos de cargas dos caminhões, os criminosos realizavam a subtração dos objetos postais e reaproveitavam, na mesma viagem, os lacres de segurança dos Correios que foram abertos indevidamente.
“Em consequência disso, os Correios não podiam alegar que os compartimentos de cargas dos caminhões teriam sido abertos em momento indevido, isentando os motoristas da transportadora de responsabilidade”, relata a Polícia Federal.
Por fim, a entidade ainda afirma que as ações da organização criminosa geraram um enorme prejuízo aos Correios, uma vez que esta fica obrigada a indenizar os remetentes das encomendas.
“Os Correios informaram que em apenas uma das linhas, referente ao percurso de Brasília para Belo Horizonte (MG), no período de janeiro a novembro de 2020, o prejuízo apurado gira em torno de R$ 477 mil”, detalhou a entidade. Os investigados nesta operação poderão responder pelos crimes de peculato, furto e associação criminosa.
Leia também: Diretor-geral de penitenciária de MG é afastado após fotos de presos nus viralizarem