A Polícia Federal (PF) deflagrou uma operação, nesta quarta-feira (05), com o intuito de investigar o Grupo João Santos, dono da empresa Cimento Nassau e um dos maiores conglomerados empresariais do Nordeste. A entidade investiga crimes tributários, financeiros, trabalhistas e de lavagem de dinheiro.
Grupo enganou 100 pessoas e causou um prejuízo de R$ 5 milhões no Paraná
Segundo a PF, as empresas do Grupo João Santos têm dívidas tributárias, de R$ 8,6 bilhões, e trabalhistas, de R$ 55 milhões.
De acordo com as investigações, essas companhias são suspeitas de sonegar impostos e direitos trabalhistas de centenas de empregados.
Ainda conforme a apuração, os funcionários dessas empresas ficavam sem receber salários e outros direitos trabalhistas.
Mandados de busca e apreensão
Ao todo, informou a Polícia Federal, a operação, denominada Background, teve 53 mandados de busca e apreensão expedidos pela 4ª Vara Penal da Justiça Federal.
Além da PF, participaram da ação, que aconteceu em Pernambuco, em São Paulo, no Amazonas, no Pará e no Distrito Federal, a Procuradoria Geral da Fazenda Nacional e Receita Federal.
“Essa empresa possui débitos no Norte, Nordeste e Sudeste. A Procuradoria iniciou um trabalho devido ao passivo tributário. A dívida inicia na Receita e é encaminhada para a Procuradoria, quando o contribuinte não quita essa dívida”, revelou a PF.
PF aponta que esquema era sofisticado
De acordo com a corporação, para conseguir praticar o crime, o grupo precisou organizar um sofisticado esquema contábil-financeiro para desviar o patrimônio das empresas do grupo – esses valores eram transferidos para sócios e laranjas.
De acordo com a PF, o desvio era feito para que a Justiça não pudesse utilizar a quantia para quitar dívidas trabalhistas e tributárias.
Desta forma, a operação busca, também, permitir que as famílias de trabalhadores recuperem os seus direitos por meio da Justiça do Trabalho, que, inclusive, já os reconheceu formalmente.
Grupo João Santos
O Grupo Industrial João Santos é composto por 47 empresas – algumas delas já inativas. Somente o Cimento Nassau, principal empreendimento do grupo, já chegou a ter 11 fábricas.
O patrimônio do conglomerado começou a diminuir por conta de dívidas bancárias. Os problemas aumentaram quando, em 2009, o criador do grupo, João Santos, morreu aos 101 anos. Isso porque disputas entre os filhos do empresário intensificaram os problemas.
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