Paulo Guedes contesta governo de transição: “País não está quebrado”

Em uma longa nota divulgada à mídia neste domingo (11), o Ministério da Economia se concentrou em refutar as declarações de membros da equipe de transição do futuro governo, que apontavam para o caos econômico no Executivo brasileiro. A nota avaliou que o Brasil não está “quebrado” como sugeriu o membro do grupo de transição Aloizio Mercadante, e informou que a dívida do Brasil com organismos internacionais deve totalizar US$ 1,23 bilhão até 2023.

Governo atual contesta

Conforme o atual ministro da Economia, Paulo Guedes, “as declarações de que o Estado Brasileiro está ‘quebrado’ não são compatíveis com a realidade”. Além disso, Guedes ressaltou que haverá um registro, que ocorrerá ainda neste ano, do primeiro superávit nas contas do governo em oito anos.

Importante destacar que, segundo nota divulgada à imprensa, o nível de despesa em proporção ao Produto Interno Bruto (PIB) deve encerrar o ano de 2022 em 18,7% do PIB, contra 18,8% em 2018 (último ano do governo anterior). “Governos anteriores ampliaram a relação dívida/PIB em quase 20 pontos do PIB sem enfrentar pandemias ou guerras como a vista no Leste europeu, sem que esses recursos se traduzissem em efetiva melhora na qualidade de vida da população”, diz a nota do Ministério da Economia.

Além disso, a projeção para a dívida total do setor público, métrica observada de perto pelos investidores internacionais, é de 74% do PIB até o final deste ano, ante 75,3% no final de 2018.

Lula e possível elevação da dívida

A proposta orçamentária para o próximo ano, encaminhada ao Congresso Nacional pelo governo democraticamente eleito no final de agosto, está avaliada em R$ 65,9 bilhões. Além disso, o orçamento do próximo ano não considera uma série de “riscos fiscais” que, se incluídos, levariam a um aumento do déficit fiscal.

No orçamento, o valor do Auxilio Brasil estava previsto em R$ 405, valor inferior ao valor atual de R$ 600, mas o próprio Lula prometeu mantê-lo inalterado em R$ 600, o que exigirá um gasto adicional de R$ 52 bilhões. .

Além disso, o presidente eleito fala em pagar um adicional de R$ 150 para crianças de até seis anos, elevando a conta de despesas ainda não contabilizadas para R$ 70 bilhões. Por fim, na proposta orçamentária de agosto, a previsão de crescimento da economia brasileira em 2023 foi mantida em 2,5%. Com a desaceleração da economia mundial e as chances de recessão altas, os mercados financeiros estimam uma expansão bem menor no Brasil: 0,75%. Com isso, quanto menor o crescimento, menos o conjunto cresce e maior o déficit.