Prepare seus olhos – e o relógio – porque a chuva de meteoros Orionídeas atinge o auge nas madrugadas de 21 e 22 de outubro de 2025. Originado pelos detritos do cometa Halley, o fenômeno pode render até 30 meteoros por hora em céus escuros. A boa notícia é que todo o Brasil poderá testemunhar o espetáculo, bastando escolher um horário estratégico e um local livre de poluição luminosa. A seguir, descubra como tirar o máximo proveito desse show cósmico, confira dicas práticas e entenda a ciência por trás das famosas Orionids.
O que é a chuva de meteoros Orionídeas?
A chuva de meteoros Orionídeas ocorre quando a Terra cruza a trilha de fragmentos deixada pelo cometa Halley. Ao penetrarem a atmosfera a cerca de 66 km/s, esses detritos vaporizam e produzem riscas luminosas conhecidas como estrelas cadentes. O nome Orionídeas vem do radiante – ponto no céu de onde parecem surgir – situado na constelação de Orion, próximo à estrela Betelgeuse.
Segundo a Organização Internacional de Meteoros (IMO), a atividade começa em 2 de outubro e termina em 7 de novembro, mas o pico de intensidade costuma ocorrer entre 21 e 22 de outubro. Em 2025, as previsões indicam taxas horárias zenitais (THZ) de 20 a 30 meteoros, números comparáveis aos anos mais ativos da última década.
Quando e onde observar no Brasil
O horário recomendado é entre 00h e 05h (horário de Brasília) nas madrugadas de terça (21) para quarta (22) e de quarta para quinta (23). Nesse intervalo, a constelação de Orion estará alta no céu, favorecendo a observação do céu noturno. Veja os melhores momentos:
- 00h – Orion nasce no leste, meteoros começam a surgir.
- 02h – Pico previsto, com possível aumento para 25-30 meteoros/h.
- 04h – Fase final ainda intensa, ideal em áreas rurais.
De norte a sul do país, é possível observar as Orionids. Quem mora em capitais deve buscar parques, mirantes ou praias com horizonte amplo. Já em cidades interioranas, basta afastar-se poucos quilômetros dos postes de iluminação para conquistar um céu mais escuro.
Dicas práticas para aproveitar o espetáculo
Para que a chuva de meteoros Orionídeas renda lembranças inesquecíveis, siga estas recomendações:
- Chegue ao local escolhido com 30 minutos de antecedência. Esse tempo ajuda seus olhos a se adaptarem à escuridão.
- Evite usar lanternas brancas ou olhar para telas de celular. Se precisar de luz, opte por LEDs vermelhos de baixa intensidade.
- Leve cadeira de praia ou esteira. Ficar confortável evita dores no pescoço e permite observar por mais tempo.
- Vista agasalhos leves; a madrugada costuma ser mais fria, mesmo em regiões tropicais.
- Não use binóculos ou telescópios. O campo de visão estreito dificulta detectar as riscas rápidas.
- Para fotografar, configure a câmera em longa exposição (15–30 s), ISO alto (1600+) e lente grande-angular.
Fatores que podem atrapalhar a observação
Dois inimigos podem comprometer a experiência: a luminosidade natural e a artificial. Em 2025, a Lua estará em fase crescente, iluminando cerca de 55% da face visível. Felizmente, ela se põe antes das 02h, deixando a segunda metade da madrugada quase livre de clarão.
Já a poluição luminosa das grandes cidades pode reduzir a percepção de meteoros em até 70%. Use aplicativos como Light Pollution Map ou Dark Sky Finder para identificar áreas com céu de classe 4 ou inferior na escala Bortle. Se viajar não for opção, procure pontos elevados – serra, morro ou cobertura – para ganhar alguns décibels de escuridão.
Curiosidades científicas sobre as Orionídeas
1. Idade: Os fragmentos observados hoje podem ter se desprendido do cometa Halley há mais de 2.000 anos. A poeira permanece em órbita até encontrar a Terra.
2. Velocidade recorde: Com 66 km/s, as Orionids estão entre os meteoros mais rápidos, superadas apenas pelas Leonídeas e pelas Eta Aquáridas, também ligadas ao Halley.
3. Cores: Muitos observadores relatam riscos verde-azulados. O tom vem da ionização de magnésio e cobre presentes nos grãos cometários.
4. Bilateralidade: Moradores do hemisfério norte e sul têm praticamente a mesma taxa de meteoros, já que Orion fica sobre a linha do Equador Celeste.
“Ver as Orionídeas é como assistir a um trailer do cometa Halley. Em 2061 veremos o longa-metragem”, comenta o astrônomo brasileiro Marcelo Zurita, da Associação Paraibana de Astronomia.
Com planejamento simples e céu limpo, a próxima madrugada pode se transformar em um planetário a céu aberto. Agende-se, convide amigos e registre a chuva de meteoros Orionídeas de 2025. Boa observação!












