O novo chanceler da Alemanha, Olaf Sholz, afirmou hoje (15) que irá mobilizar o Estado para combater o que classificou como “minoria de extremistas” antivacinas, depois que ameaças de morte a um governante regional foram ligadas ao movimento contra a imunização.
“O que existe atualmente na Alemanha é a negociação da realidade, as histórias de conspiração absurdas, a desinformação deliberada e o extremismo violento”, lamentou o novo chanceler alemão diante do Parlamento. Na sequência, ele prometeu uma resposta “utilizando todos os recursos de nosso Estado de direito democrático”.
“Sejamos claros: uma pequena minoria em nosso país se afastou de nossa sociedade, de nossa democracia, de nossa comunidade e de nosso Estado, e não apenas da ciência, da racionalidade e da razão”, disse o social-democrata Scholz, sucessor da conservadora Angela Merkel como chefe do governo alemão.
Para investigar o movimento antivacina, a polícia da Saxônia, no leste da Alemanha, com apoio das forças especiais, começou uma operação nesta quarta-feira em Dresden, após ameaças de morte contra o ministro-presidente regional Michael Kretschmer terem circulado em canais do movimento antivacina no Telegram, de acordo com as autoridades.
Movimento antivacina na Alemanha pode estar armado
A denúncia foi feita por jornalistas do canal público ZDF, que se infiltraram em um grupo antivacinas no Telegram, um aplicativo de mensagens criptografadas. Kretschmer seria alvo do movimento por ter defendido a vacinação contra Covid-19.
“As declarações de alguns membros do grupo sugerem que eles poderiam estar de posse de armas”, afirmou a polícia em um comunicado à imprensa.
Segundo o Ministério Público, o grupo antivacina de onde partiram as ameaças conta com uma centena de membros “unidos por sua oposição à vacina, ao Estado e à política de saúde atual”. Algumas das mensagens exibidas pela reportagem do canal ZDF defendem a oposição às vacinas “com armas se necessário”.
Diante das evidências, a polícia suspeita da “preparação de um crime violento que ameaça o Estado”.