Nesta quarta-feira (20), o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, disse que não é “comentarista de relatório” quando foi questionado sobre o fato de Renan Calheiros (MDB-AL), relator da CPI da Covid, ter proposto seu indiciamento pela atuação durante a pandemia.
Ao ser indagado sobre o tema pela imprensa durante evento no Palácio do Planalto, Queiroga riu e afirmou:
“Eu não comento relatório. Eu não sou comentarista de relatório. Eu sou ministro da Saúde. E como ministro da Saúde, eu cuido da saúde pública do Brasil. Veja a redução do número de óbitos. Os fatos eles falam por si só. Eu já falei aqui para vocês diversas vezes. Não adianta vocês ficarem repetindo as mesmas perguntas. As respostas são as mesmas”.
“Eu sou ministro da Saúde e minha função é salvar a vida do povo do Brasil, não só afetado por Covid, mas por outras doenças. Doenças do coração, câncer, etc. Ok?”, acrescentou Queiroga ao encerrar a entrevista.
De acordo com Queiroga, o relatório não é motivo de preocupação e não atrapalha os trabalhos do Mistério da Saúde. “Essas outras questões de natureza política não interferem no Ministério da Saúde. O MS continua focado no seu objetivo que é acabar com o caráter pandêmico da covid-19”, disse.
Queiroga e Pazuello estão na lista de indiciados sugerida no relatório da CPI da Covid
Quando questionado sobre a sessão da CPI da Covid que recebeu familiares de vítimas da Covid-19, Queiroga afirmou que se solidariza com as famílias, mas tem “sensação do dever cumprido”.
“Nós temos a sensação do dever cumprido porque nós salvamos milhares e milhares de pessoa. Vocês vejam que o Ministério da Saúde tem feito uma campanha de vacinação que conseguiu reduzir neste pico da variante gama o número de óbitos fortemente, chegamos a 4 mil por dia e hoje temos média móvel que cai de maneira sustentada. É sempre oportunidade para nos solidarizarmos com todos aqueles que sofrem por perda dos entes queridos, por aqueles que foram afetados pela doença e ainda têm sequelas”, afirmou.
Marcelo Queiroga substitui o ex-ministro da Saúde, general Eduardo Pazuello, no comando da pasta em março deste ano. Assim como Queiroga, Pazuello está na lista de indiciados sugerida pelo relator Renan Calheiros. Os crimes imputados a eles são: epidemia com resultado morte, emprego irregular de verbas públicas, prevaricação, comunicação falsa de crime e crime contra a humanidade.