‘Não pode é isolar’, diz Lula ao defender diálogo com a Venezuela

O presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a defender que o Mercosul abra diálogo com a Venezuela, comandada hoje pelo ditador Nicolás Maduro, amigo do petista. A Venezuela faz parte do Mercosul, mas, desde 2017, está suspensa do grupo. Em entrevista coletiva concedida nesta terça após uma reunião da cúpula do bloco, em Puerto Iguazú, na Argentina, Lula disse que “problemas de democracia” têm que ser enfrentados.

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“Com relação à questão da Venezuela, gente, todos os problemas que a gente tiver de democracia, a gente não se esconde deles, a gente enfrenta eles. Não conheço pormenores com o problema com a candidata da Venezuela, pretendo conhecer”, afirmou. Em outro momento, ele disse que assumiu um compromisso com o Papa Francisco de falar com o presidente da Nicarágua Daniel Ortega, na próxima semana.

Segundo Lula, essa conversa terá como foco o tema: disputa com os setores da igreja.”O que não pode é a gente isolar e a gente levar em conta que os defeitos estão em apenas um lado, os defeitos são múltiplos”, relatou. Na ocasião, Lula estava fazendo referência a ex-deputada Maria Corina Machado, principal candidata da oposição na Venezuela, que foi declarada inelegível por mais 15 anos. A ex-parlamentar em questão já estava proibida de ocupar cargos públicos, e o veto foi prorrogado, segundo o controlador-geral do país.

Antes das declarações, Lula tomou posse da presidência rotativa do Mercosul – o petista liderará o grupo formado também por Argentina, Paraguai e Uruguai pelos próximos seis meses. Durante a reunião da Cúpula, o petista ressaltou que os países do grupo devem apresentar uma resposta “rápida e contundente” às condições propostas pela União Europeia para a conclusão de um acordo comercial entre os dois blocos.

“O Instrumento Adicional apresentado pela União Europeia em março deste ano é inaceitável. Parceiros estratégicos não negociam com base em desconfiança e ameaça de sanções. É imperativo que o Mercosul apresente uma resposta rápida e contundente”, disse o chefe do Executivo.

Esse documento, assim como já publicou o Brasil123, conta com condições impostas pela União Europeia para o fechamento do acordo, como sanções em questões ambientais e tem sido motivo de impasse nas negociações. De acordo com Lula, o Mercosul não quer firmar acordos em que se condenem “ao eterno papel de exportadores de matérias-primas, minérios e petróleo”. Todavia, ele ressaltou que o bloco está “comprometido” em concluir as negociações com a União Europeia.

Leia também: Lula assume presidência do Mercosul; entenda

Alisson Ficher

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