“Não misturem fé com política”, diz Joaquim Barbosa

Em seu Twitter, o ex-ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Joaquim Barbosa, realizou uma série de postagens voltadas ao público evangélico liderado por Bolsonaro. Na postagem, ele advertiu os evangélicos, afirmando que estão sendo “enganados” e “ludibriados” pelo que chamou de “lenga lenga bolsonarista”.

Comentários de Joaquim Barbosa

Em postagem nas redes sociais, Joaquim Barbosa disse que embora muita gente não saiba, sua mãe era evangélica, o que o fez acompanhar o público de todo o Brasil desde a infância. Dessa forma, o ex-ministro do STF criticou a postura de Bolsonaro no enfrentamento das questões evangélicas e defendeu a educação como única forma de o país conseguir sair da pobreza.

“Pense bem no seguinte, seja você evangélico ou não: Educação!!! Sem ela vc não sairá do lugar! E tem que ser educação de qualidade, viu? Em 4 anos, Bolsonaro alguma vez demonstrou interesse pela educação dos pobres? NÃO!”, escreveu Joaquim Barbosa.

Bolsonaro e evangélicos

Joaquim Barbosa demostra em seu Twitter como o papel da fé desempenhou e dominou vários aspectos da campanha de Jair Bolsonaro. Desse modo, o que o próprio presidente chama de “batalha espiritual entre o bem e o mal” parece ser mais importante do que outras questões como desemprego, inflação, mudanças climáticas ou política externa.

Além disso, a primeira-dama, Michelle Bolsonaro, é conhecida por suas demonstrações fervorosas de fé, que ressoam a muitos eleitores evangélicos. “Traremos a presença do Senhor Jesus ao governo e declararemos que esta nação pertence ao Senhor”, disse ela em seu discurso naquele dia. “E as portas do inferno não prevalecerão contra nossa família, a igreja brasileira ou nosso Brasil”, afirmou a primeira-dama na Marcha para Jesus, realizada em setembro. 

Este movimento religioso apontado por Joaquim Barbosa não é em vão. Conforme a última pesquisa Datafolha, publicada no dia 19 de outubro, Bolsonaro tem 66% dos votos evangélicos, contra 24% de Lula. Importante destacar que, eles ajudaram Bolsonaro a chegar ao poder em 2018, e ele passou a recrutar membros de sua igreja para ministérios-chave e uma indicação ao Supremo Tribunal Federal. 

Apoio a Lula

Apesar de durante sua atuação na corte ter sido relator do caso do mensalão e ter votado pela condenação de alguns petistas, Barbosa declarou seu apoio a Lula desde o primeiro turno das eleições. Além disso, Joaquim Barbosa chegou a pedir voto em Lula no primeiro turno, afirmando em vídeo que Bolsonaro é um ser humano “abjeto” e “desprezível” e que não merecia ser presidente.

“Bolsonaro não é um homem sério, não serve para governar um país como o nosso, não está à altura, não tem dignidade para ocupar um cargo dessa relevância”, afirmou Joaquim Barbosa