Nesta quarta-feira (24), em coletiva de imprensa, o médico epidemiologista Paulo Menezes, coordenador do Comitê Científico que aconselha o governo de São Paulo sobre a pandemia de Covid-19, afirmou que ainda é cedo para pensar em aglomerações do Carnaval de 2022.
Na avaliação do médico, o avanço da vacinação no estado indica que a situação no ano que vem deve ser diferente daquela vivida em 2021, quando não houve Carnaval oficial, entretanto, a imunização sozinha não garante a segurança em eventos que reúnem grandes multidões.
“Ainda é precoce pensar em uma situação de multidões na rua, com aglomeração, mesmo que seja daqui a três meses. Não é o momento de pensar nas grandes aglomerações do Carnaval. Ele movimenta milhões e milhões de brasileiros, de pessoas de fora do país”, declarou Menezes durante coletiva de imprensa.
Para Paulo Menezes, apesar do avanço da vacinação e da queda no número de casos e óbitos, a pandemia ainda não acabou e é preciso ter cautela nos próximos passos.
“Temos boas perspectivas, como já foi colocado hoje: o avanço da cobertura vacinal no estado de SP é exemplo para o mundo, e o que também temos de exemplo é conjugar o avanço da cobertura vacinal com outras medidas que têm garantido o nosso sucesso até o momento.
[Mas] não podemos nos enganar e dizer que estamos livres da pandemia, livres do coronavírus. Ele está circulando, e por isso estamos mantendo as medidas com cautela.”, disse o coordenador do Comitê Científico.
Cidades de SP já cancelaram Carnaval 2022 por conta da pandemia
Até o momento, mais de 40 cidades do estado de São Paulo já cancelaram os eventos oficiais do Carnaval 2022. Por outro lado, a capital paulista anunciou que manterá o cronograma e projeta “o maior carnaval da história”.
Menezes fez uma ressalva sobre a diferença entre as festas oficiais com controle de pessoas na entrada, como os desfiles das escolas de samba, e o carnaval de rua, que atrai multidões e não há qualquer tipo de controle sanitário.
“Não vejo nenhuma diferença entre um evento no Sambódromo e outros eventos. O que a gente tem que discutir são as aglomerações não controladas: o Carnaval reúne milhões e milhões de pessoas no país inteiro, circulando de lá pra cá e de cá pra lá”, argumentou Menezes.
O estado de São Paulo tem 74,4% da população completamente vacinada contra a Covid-19 e a expectativa é que o percentual avance para 90% até as festas de final de ano. Já o Brasil registra 61,1% da população vacinada.
“O melhor é aguardar. Mas estamos confiantes de que vamos ter uma situação mais favorável no final de fevereiro”, completou o epidemiologista.