A Justiça do Rio Grande Sul decretou que a mãe do menino Miguel dos Santos Rodrigues, de sete anos, e também sua companheira, vão a júri popular responder pelos crimes de homicídio triplamente qualificado, tortura e ocultação de cadáver.
O juiz do caso, Gilberto Pinto Fontoura, aceitou a denúncia do Ministério Público (MP), que pediu que Yasmin Vaz dos Santos Rodrigues, a mãe de Miguel, e sua namorada, Bruna Nathiele Porto da Rosa, fossem a júri popular pelo crime cometido em Imbé, no Litoral Norte do Rio Grande do Sul.
Em sua decisão, o magistrado ainda relatou o sofrimento imposto pelas acusadas ao menino. “As denunciadas, após intensas agressões à vítima e aplicação de medicamentos, privaram-na de cuidados médicos adequados, o que causou nela sofrimento atroz e desnecessário para a obtenção do resultado lesivo”, disse o juiz.
De acordo com o magistrado, ambas deverão continuar detidas no Presídio Estadual Feminino Madre Pelletier, em Porto Alegre, não podendo sequer recorrer em liberdade. “A gravidade concreta do crime doloso contra a vida revela a índole violenta das acusadas e a presença de risco à ordem pública, a ensejarem a prisão cautelar e demonstrando, consequentemente, a insuficiência das demais medidas cautelares”, afirmou Gilberto Fontoura.
Relembre o caso do menino
O caso do menino veio à tona no dia 29 julho do ano passado, quando a mãe do garoto foi à polícia relatar um suposto desaparecimento da criança. Todavia, os investigadores suspeitaram da mulher porque ela apresentou contradições em suas falas. Por isso, ela foi questionada e acabou confessando que matou o filho.
Segundo a Polícia, a mãe dopou Miguel usando medicamentos, colocou o corpo do garoto dentro de uma mala e jogou no Rio Tramandaí, também em Imbé. De acordo com as investigações, o menino sofria tortura física e psicológica.
Prova disso é uma matéria publicada pelo Brasil123 à época do crime. Nela, a Polícia revela um caderno com frases ofensivas que Miguel era obrigado a escrever contra ele próprio. Dentre as frases, estavam: “eu não mereço a mãe que tenho”, “eu não presto” e “eu sou um filho horrível”.
Até hoje, o corpo do menino não foi encontrado. Isso porque as investigações levam a crer que o corpo de Miguel tenha sido jogado para um rio e desembocado no mar do litoral do Rio Grande do Sul.
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