Em coletiva de imprensa nesta sexta-feira (02), o ministro da Saúde da Alemanha, Jens Spahn, informou que futuras medidas de restrição de circulação de pessoas, como o lockdown, só vão valer para pessoas não vacinadas com ambas as doses da vacina contra Covid-19.
Ontem (1°), o diretor do gabinete de Angela Merkel, Helge Braun, havia mencionado a possibilidade da medida ser adotada: “Se as pessoas vacinadas estiverem em algum lugar, não colocam as outras em perigo, não há nenhuma razão para reduzir os contatos nesse caso”, disse Braun à rádio MDR.
O ministro Spahn aproveitou a coletiva para convocar a população alemã a tomar a segunda dose da vacina, dizendo para que as pessoas não “se contentem” com apenas uma dose. “Quanto mais doses aplicadas, mais favorável será o outono”, declarou.
No país, quem tomou a primeira dose da vacina da AstraZeneca, deve completar a imunização com uma dose da vacina da Pfizer e da Moderna, de acordo com recomendação da comissão de vacinação alemã.
“Esta combinação gera um nível muito, muito elevado de proteção”, inclusive contra a variante delta, “que já representa de 70 a 80% das infecções de Covid-19”, disse Spahn.
Até o momento, 55% da população tomou ao menos uma dose da vacina, o que corresponde a aproximadamente 46 milhões de pessoas. Já o percentual que tomou duas doses é de 37,3%.
Risco de nova onda de Covid-19 na Europa
Na quinta-feira (1°), a Organização Mundial e Saúde (OMS) fez um alerta sobre a possibilidade de uma nova onda de Covid-19 atingir a Europa, após a retirada de restrições em vários países.
“Na semana passada, o número de casos subiu 10% devido ao aumento dos contatos, às viagens e ao fim das restrições sociais. Haverá uma nova onda na região europeia, a não ser que continuemos sendo disciplinados”, avaliou Hans Kluge, diretor da OMS para a região.
A maioria dos novos casos são atribuídos à variante delta, detectada na Índia pela primeira vez e tida como mais transmissível. De acordo com o ECDC (Centro Europeu de Prevenção e Controle de Doenças), até o final de agosto, a cepa representará 90% dos casos de Covid-19 na União Europeia.
“Apesar dos esforços consideráveis dos Estados-membros, milhões de pessoas ainda não estão vacinadas” lembrou Kluge.