O músico punk Dennis Sinned afirmou ter sido atacado por um grupo de neonazistas na noite do último sábado (20), em frente a um bar em Pinheiros, bairro boêmio da Zona Oeste de São Paulo, local este que ele e sua banda iriam se apresentar. De acordo com o músico, que tem 38 anos, ele foi atacado por um grupo de agressores que, depois do ato, fugiram, deixando o cantor e guitarrista da banda Dennis e o Cão da Meia Noite, que se intitula antifascista, no chão.
No Facebook, ele fez uma publicação relatando que havia apanhado momentos antes de uma apresentação. “Fui agredido hoje antes da apresentação que faria com a banda na Teodoro Sampaio por um grupo de aproximadamente dez neo-nazistas, levei chutes no torax, cabeça e rosto, meu celular foi destruído durante a agressão”, postou Dennis.
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Ainda de acordo com ele, o resgate após as agressões foi feito por uma ambulância do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), que levou o músico, com ferimentos pelo corpo, para um Pronto-Socorro do Hospital da Lapa. Por lá, ele foi atendido e liberado após levar pontos na cabeça.
“Estou sem acesso ao whatsapp, mas estou bem, fui levado pelo Samu e já fui medicado. Vou dar um tempo e em breve volto mais forte e consciente que antes”, escreveu Dennis após o incidente na frente do bar.
Ataque neonazista
Em entrevista ao portal “G1” na terça-feira (23), ele relatou que foi agredido por ao menos dez homens que estavam encapuzados e com socos ingleses. Segundo a vítima, esses bandidos saíram de um carro que estava estacionado próximo ao bar e, sem dizerem nada, teriam batido no músico e em mais duas pessoas.
“Eles sabiam da ideologia das pessoas que frequentam ali, a ideia era derrubar um, seja qual fosse”, disse Dennis, que ainda completou que o “bar é antifascista” e sua banda é “declaradamente antifascista”.
“Nem acredito que o ataque tenha sido diretamente a nós. Qualquer pessoa na calçada ali, por ser um bar antifascista, seria atacada”, contou ele, que ainda relatou que, na hora das agressões, além de ter visto um amigo apanhar, levou vários chutes na cabeça.
“Vi um amigo meu levando uma voadora na cabeça e cair no chão. Aí um sujeito chegou e rasgou minha roupa. Estava com uma camisa vermelha. Foi muito chute na cabeça. Todos eles falavam em português: ‘chuta a cabeça, chuta a cabeça, chuta a cabeça'”, lembrou Dennis.
Como os agressores usavam máscaras, até o momento, ninguém foi identificado. Nesse sentido, informou a Secretaria da Segurança Pública, a Polícia Civil já começou a investigar o caso a fim de encontrar os acusados do crime.
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