Nesta terça-feira (8), o grupo técnico consultivo sobre vacinas contra Covid-19 da Organização Mundial de Saúde (OMS) passou a recomendar a aplicação da dose de reforço do imunizante, marcando uma mudança no posicionamento da organização, que inicialmente havia dito que faltam evidências científicas para justificar a terceira dose.
Até o mês de dezembro do ano passado, a OMS dizia que faltavam dados para a entidade recomendar ou não a dose de reforço da vacina. Então, em janeiro, a OMS afirmou que crianças e adolescentes saudáveis não precisavam da dose adicional.
Hoje, o grupo técnico da OMS divulgou uma nota apoiando o “acesso urgente e amplo às vacinas da Covid-19 atuais para séries primárias e doses de reforço, principalmente para grupos em risco de desenvolver doença grave”.
O comunicado da OMS ainda ressalta que “as vacinas atuais contra a Covid-19 continuam a fornecer altos níveis de proteção contra doença grave e morte, mesmo no contexto da circulação da Ômicron”, apontada como o vírus de propagação mais rápida na história. A nota de hoje não cita a dose de reforço para crianças e adolescentes.
Embora a recomendação da OMS só tenha sido feita hoje, a dose de reforço da vacina contra Covid-19 já vem sendo aplicada em diversos países. No Brasil, 31% da população tomou a dose extra, enquanto 73% completou o esquema vacinal primário com duas doses ou com a dose única da Janssen.
OMS quer vacina contra Covid-19 que funcione contra qualquer variante
Mesmo reconhecendo a efetividade das vacinas em uso contra as variantes do coronavírus que surgiram até agora, o grupo técnico da OMS cita a possibilidade de que os imunizantes sejam atualizados no futuro.
“As vacinas atualizadas podem ser monovalentes, visando a variante circulante predominante, ou multivalentes, com base em diferentes variantes. Idealmente, as vacinas da Covid 19 impedirão a infecção e a transmissão, além de fornecer proteção contra doença grave e morte”, diz a nota.
Segundo os cientistas da OMS, uma opção ideal seria o desenvolvimento de vacinas capazes de proteger contra qualquer variante do novo coronavírus ou de induzir imunidade por mucosas. No entanto, o prazo para um imunizante contra Covid-19 desse tipo ser fabricado é incerto.