O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) revelou que instituiu, nesta terça-feira (11), uma Força-Tarefa exclusiva para apurar os fatos ocorridos na operação policial realizada no Jacarezinho, Zona Oeste do Rio de Janeiro, no último dia 6 de maio.
Corpos foram removidos sem perícia no Jacarezinho
Inicialmente, segundo o órgão, serão quatro promotores de Justiça dedicados às investigações. De acordo com o procurador-geral de Justiça, Luciano Mattos, a atuação coletiva contribuirá para a apuração do caso, que culminou em 28 mortes – 27 moradores e um agente da Polícia Civil foram a óbito.
“Imediatamente, assim que tomou conhecimento dos fatos, a promotoria responsável pela investigação atuou com a realização de inúmeras diligências. Mas vislumbramos que, em razão da complexidade da investigação, da repercussão do caso, seria importante uma atuação coletiva especializada”, disse Luciano Mattos.
A Força-Tarefa do MPRJ
Conforme divulgou o MPRJ, a Força-Tarefa tem duração prevista de quatro meses, no entanto, pode ser prorrogada, caso seja necessário. Além disso, o órgão revelou que a operação será coordenada pelo promotor de Justiça André Luis Cardoso, titular da 1ª Promotoria de Justiça de Investigação Penal Especializada da Capital.
Além dele, também integram a ação os promotores de Justiça Flávia Maria de Moura Machado, Jorge Luis Furquim e Matheus Picanço, que terão o apoio da Coordenadoria-Geral de Segurança Pública do MPRJ.
Atuação inicial
Agora, todas as diligências investigatórias serão realizadas pela Força-Tarefa. No entanto, conforme relatou o MPRJ, desde que tomou conhecimento dos fatos, ainda no dia da operação, a Promotoria de Justiça de Investigação Penal Especializada da Capital instaurou Procedimento de Investigação Criminal (PIC) independente para apurar se houve crimes e violações a direitos durante a operação policial.
“No âmbito desse PIC, foi designado um perito da instituição para acompanhar as necropsias realizadas nos 27 corpos para elaboração de laudos periciais”, explicou o órgão em nota.
Material investigativo já chegou ao órgão
De acordo com o MPRJ, o órgão está colhendo relatos e demais elementos de prova, para subsidiar as investigações. Nesse sentido, elementos como comunicações de cidadãos, instituições, associações e coletivos, trazendo relatos, imagens e vídeos da operação já foram recebidos.
“A equipe designada em regime de plantão segue disponível para acolhimento de notícias e evidências relacionadas à operação”, informou a entidade, acrescentando que, quem quiser colaborar, sob garantia de sigilo absoluto, pode enviar informações pelo número (21) 2215-7003 – telefone e WhatsApp Business–, 24 horas por dia.
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