O Ministério Público Federal (MPF) pediu que a Justiça arquive a investigação que apura se houve mandante e financiador por trás da “Vaza Jato”, um esquema coordenado por hackers que roubaram e divulgaram ilegalmente conversas privadas de procuradores e juízes que atuavam na extinta Operação Lava Jato, da Polícia Federal (PF).
De acordo com informações publicadas pelo portal “UOL”, essa manifestação ocorreu com base em um relatório da PF, que chegou à conclusão de que os invasores não foram pagos e agiram por conta própria. Ainda conforme o portal, agora, caberá ao juiz Ricardo Leite, da 10ª Vara Federal do Distrito Federal, determinar se aceitará o pedido de arquivamento ou se o inquérito deverá ocorrer normalmente.
Essas investigações sobre a invasão começaram em 2019, alguns meses depois que o site “Intercept Brasil” revelou que mais de 80 figuras públicas tiveram suas contas no Telegram invadidas, dentre elas a do até então juiz Sergio Moro (União Brasil) e a do até então promotor Deltan Dallagnol (Podemos), que coordenava a Lava Jato em Curitiba, Paraná.
Nas mensagens, foi possível ver que integrantes da Lava Jato analisavam pedir para que a Receita Federal fizesse uma análise patrimonial dos ministros que compõem as turmas criminais do Superior Tribunal de Justiça (STJ) com o objetivo de intimidar os membros da Corte.
Essas mensagens tiveram o sigilo derrubado por Ricardo Lewandowski, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), após a defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pedir acesso aos conteúdos vazados.
Cumpre-se destacar que, até o momento, não há prazo para a Justiça responder o pedido do MPF, todavia, seja qual for a decisão, a PF continuará investigando outros tópicos da invasão, como o que apura se esses criminosos aplicaram golpes em clientes de instituições financeiras.
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