O Ministério Público (MP) de Minas Gerais revelou nesta quarta-feira (12) que vai abrir um inquérito para investigar a conduta do município de Capitólio, em Minas Gerais, na tragédia que levou dez pessoas à morte no último sábado (08) depois que um deslizamento de rocha no cânion do Lago de Furnas atingiu quatro embarcações.
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Segundo o MP, o órgão irá apurar se a prefeitura da cidade cumpriu com suas obrigações de identificação, mapeamento e fiscalização das áreas de risco. Não suficiente, os promotores também querem investigar e descobrir se a população estava suficientemente informada sobre os riscos dessas áreas.
Este não será o primeiro inquérito aberto sobre o tema, mas sim o terceiro. Isso porque a Marinha, responsável por fiscalizar a navegação e estabelecer o ordenamento da orla nos cursos d’água e a Polícia Civil, que pretende recorrer ao auxílio de peritos em geologia, também estão com diligências sobre a tragédia em andamento.
Chuvas em Capitólio
Assim como em boa parte do estado de Minas Gerais, Capitólio também tem registrado um alto volume de chuvas. Duas horas antes da tragédia, por exemplo, a Defesa Civil de Minas Gerais emitiu um sinal de alerta dizendo que poderia ocorrer uma cabeça d’água (forte enxurrada em rios provocada por chuvas) na região. Apesar disso, os passeios turísticos foram mantidos.
Em entrevista coletiva, Cristiano Geraldo da Silva (Progressista), prefeito de Capitólio, afirmou que o desprendimento de um bloco de grande porte é um acontecimento inédito e que uma lei municipal de 2019 disciplina o turismo no cânion, proibindo banhos na área de circulação das lanchas e limitando a 40 o número de embarcações que podem permanecer por até 30 minutos na área.
Na segunda-feira, informou ele, foi realizada uma reunião entre as prefeituras de Capitólio e da vizinha São José da Barra. De acordo com o gestor de Capitólio, o encontro foi feito com o intuito de se discutir medidas voltadas para reforçar a segurança do turismo no Lago de Furnas.
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