Ministro manda PF retomar investigações sobre suposta interferência de Bolsonaro

As investigações da Polícia Federal (PF) no inquérito que apura se o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) tentou interferir na instituição devem retornar nas próximas semanas após uma decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

Hoje, o inquérito está suspenso, mas, segundo a decisão do ministro, anunciada na sexta-feira (30), não será preciso mais aguardar a definição sobre o formato do depoimento de Bolsonaro – por escrito ou presencial.

Nesse sentido, é importante lembrar que a resposta para tal questionamento deve sair em setembro, mês em que o STF deve decidir sobre o tema “depoimento de Bolsonaro”.  Todavia, na sexta (30), o ministro da Corte afirmou que as investigações pendentes podem e devem ser executadas independentemente da oitiva.

Interferência na PF

A investigação sobre a suposta interferência foi aberta pelo STF em 2020. À época, o Supremo acatou um pedido da Procuradoria Geral da República (PGR), que tinha como base acusações feitas pelo ex-ministro da Justiça Sergio Moro.

De acordo com o ex-juiz, Bolsonaro tentou interferir em investigações da PF ao cobrar a troca do chefe da entidade no Rio de Janeiro e também ao exonerar o então diretor-geral da corporação Maurício Valeixo, indicado por Moro.

Moro acusou Bolsonaro de ter tentado interferir na Polícia Federal. (Foto: reprodução)

Desde então, Moro afirma que, entre as provas, estão mensagens trocadas pelos dois em um aplicativo e a reunião ministerial de 22 de abril de 2020. Na ocasião, Bolsonaro afirmou que havia tentado trocar gente da segurança do Rio, mas, oficialmente, nunca conseguia.

“Isso acabou. Eu não vou esperar f… minha família toda de sacanagem, ou amigo meu, porque eu não posso trocar alguém da segurança na ponta da linha que pertence à estrutura. Vai trocar. Se não puder trocar, troca o chefe dele. Se não puder trocar o chefe, troca o ministro. E ponto final. Não estamos aqui para brincadeira”, disse Bolsonaro durante a reunião.

Desde então, enquanto Moro afirma que, ao mencionar a palavra “segurança”, Bolsonaro se referia à PF, o chefe do Executivo diz que se referia à sua segurança pessoal, exercida pelo Gabinete de Segurança Institucional. Todavia, uma matéria da “Rede Globo” na época da divulgação da gravação mostrou que o presidente não trocou ninguém da sua segurança própria, e sim promoveu os agentes dado os seus bons desempenhos.

Leia também: Relatório mostra que Bolsonaro concedeu mais de 1.600 declarações falsas em 2020

Amanda B

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