Ministro do STF dá 48h para que o governo se manifeste sobre vacinação de crianças

O governo terá 48 horas para se manifestar sobre a inclusão no Plano Nacional de Vacinação da imunização contra a Covid-19 de crianças de 5 a 11 anos. A determinação foi dada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Ricardo Lewandowski, nesta sexta-feira (17).

A decisão do ministro leva em consideração uma manifestação feita pelo PT, que pediu ao STF que a Corte determine ao governo uma complementação do Plano Nacional de Vacinação com o objetivo de incluir etapas referentes às crianças dessa faixa etária.

Esse pedido, é importante lembrar, acontece porque, nesta semana, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizou que as crianças sejam imunizadas com a vacina da Pfizer. Por conta disso, o PT foi ao STF para obrigar que o governo crie um cronograma de vacinação para a população infantil antes da retomada das aulas e a definição de um dia nacional de vacinação ou fixação de datas para mutirões de vacinação.

Bolsonaro criticou liberação da vacinação

A decisão sobre a liberação da vacina para as crianças não agradou o presidente Jair Bolsonaro (PL), que criticou a decisão e ainda ameaçou liberar os nomes de diretores e do “tal corpo técnico” da agência que permitiram a aprovação da imunização.

Durante conversa com apoiadores, o presidente, de acordo com especialistas, mentiu ao afirmar que a vacina que será aplicada nas crianças é experimental. No discurso, o chefe do Executivo ainda disse que vai consultar a mulher para decidir se vacinará a filha, Laura Bolsonaro, de 11 anos.

Por conta das declarações de Bolsonaro, o diretor-presidente da Anvisa, Antônio Barra Torres, reagiu e defendeu a decisão da entidade, relembrando que ele e os outros integrantes da agência vem sendo alvo de ameaças nos últimos tempos.

“Não faz muito tempo, fomos ameaçados com morte, uma série de perseguições e de outros atos criminosos”, declarou ele, acrescentando ainda que está “muito difícil, complexo e desgastante as preocupações completamente desnecessárias”.

Por fim, ele ainda mandou um recado aos que estão “ameaçando” a entidade, dizendo que a Anvisa está sempre pronta a atender demandas por informações, mas sem ser ameaçada ou intimidada.

“Repudiamos e repelimos com veemência qualquer ameaça, explicita ou velada que venha constranger, intimidar ou comprometer o livre exercício das atividades regulatórias e o sustento de nossas vidas e famílias: o nosso trabalho, que é proteger a saúde do cidadão”, disse o chefe da entidade.

Leia também: Covid-19: Governo de São Paulo negocia com Pfizer compra da vacina para crianças

Alisson Ficher

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