Para Marcelo Queiroga, ministro da Saúde, não existe emergência quando o assunto é vacinar crianças de 5 a 11 anos contra a Covid-19. A declaração acontece porque, recentemente, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizou a imunização para este público.
Todavia, apesar da liberação, o governo vai aguardar uma consulta pública antes de dizer se seguirá ou não a recomendação da entidade, que vem afirmando que a imunização deste público é segura, sendo os benefícios superiores aos riscos.
Mesmo com o atestado da agência, a consulta será realizada até o próximo dia 5 de janeiro. Para especialistas, essa etapa, que deve começar nesta quinta-feira (23), e é inédita, servirá apenas para atrasar ainda mais a imunização infantil.
Ministro defende a consulta
De acordo com Marcelo Queiroga, a consulta é necessária, pois os dados sobre as mortes de crianças para a Covid-19, segundo ele, não exigem urgência. “Os óbitos de crianças estão dentro de um patamar que não implica em decisões emergenciais”, afirmou o ministro durante entrevista coletiva em Brasília.
“Isso aqui favorece para que o ministério tome uma decisão baseada em evidência científica de qualidade, na questão da segurança, na questão da eficácia e da efetividade”, completou o chefe da pasta.
Apesar da justificativa, vale a pena lembrar que os itens citados por Marcelo Queiroga – segurança, eficácia e afins – foram analisados pela Anvisa e, apenas depois disso, foi que o órgão atestou que a vacina da Pfizer poderia ser aplicada nas crianças brasileiras.
Em outro momento, o ministro voltou a defender a consulta pública, afirmando que a medida não é novidade, muito menos uma “eleição”. Nesse sentido, ele disse que a decisão será tomada de maneira técnica, sem que questões eleitorais sejam colocadas à mesa.
“Isso vai ser tratado no âmbito técnico do Ministério da Saúde. Isso não é eleição. Isso é uma consulta pública. Não há nada de novo nisso. E foi validado pelo STF. É uma decisão do ministro Lewandowski é uma decisão própria e o que o Ministério da Saúde cumprirá”, finalizou.
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