“Necessidade urgente”. É isso o que pensa o Ministro da Educação, Milton Ribeiro, sobre a volta às aulas em todo o país. A fala do chefe da pasta foi feita em um pronunciamento em rede nacional, feito na noite desta terça-feira (20). Na ocasião, ele também disse que o fechamento de escolas impõe “consequências devastadoras”.
“Quero neste momento conclamá-los ao retorno às aulas presenciais. O Brasil não pode continuar com as escolas fechadas gerando impacto negativo nestas e nas futuras gerações”, disse o ministro da Educação.
Em outro momento, ele ressaltou que os estados têm autonomia para decidir sobre a volta às aulas na rede estadual e os municípios, na rede municipal. “O ministro da Educação não pode determinar o retorno presencial das aulas. Caso contrário, eu já teria determinado”, argumentou.
Em outro momento, o chefe da pasta afirmou que a imunização dos alunos não pode ser condição para o retorno das escolas, defendendo que essa parte da população frequente as aulas sem estarem imunes ao vírus, que já matou mais de 530 mil brasileiros. “A vacinação de toda a comunidade escolar não pode ser condição para a reabertura das escolas”, opinou.
Defensor das aulas presenciais
Essa não foi a primeira vez que o ministro defendeu o retorno das aulas de maneira presencial. No começo deste mês, o chefe da Educação falou em uma audiência pública no Senado sobre a necessidade.
“O Brasil é, infelizmente, um dos últimos países do mundo a reabrir as escolas. E não há que se dizer que o assunto foi a vacinação. Acabo de chegar da Itália e lá os países estão todos retornando, alguns com porcentagem de vacinação inferior ao Brasil”, afirmou Ribeiro.
De acordo com ele, existem protocolos de biossegurança estabelecidos que reduzem riscos de contágio no ambiente escolar. “Todos estes protocolos se baseiam fundamentalmente em distanciamento, uso de máscaras e de álcool em gel. Isso está mais do que sabido”, explicou.
Estudo aponta falhas nos protocolos
Indo de encontro com a opinião do ministro, um estudo realizado por pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) apontou que ainda existem falhas nos protocolos de reabertura das escolas.
Essas falhas, de acordo com o estudo, acontecem porque esses protocolos não consideram pontos que a ciência já comprovou serem importantes para frear a contaminação, como ventilação dos espaços e o escalonamento no transporte público para evitar aglomerações.
Leia também: CPI: Luis Miranda pede para remarcar seu depoimento à PF