Está marcada para começar nesta quinta-feira (23) uma consulta pública para tratar sobre a vacinação de crianças contra a Covid-19. De acordo com o portal “Metrópoles”, antes disso, integrantes do Ministério da Saúde realizaram uma reunião com integrantes do governo que são contra o tema.
De acordo com o portal, a reunião antes da consulta pública reuniu secretários e também outras pessoas do governo ou simpatizantes da gestão do presidente Jair Bolsonaro (PL), que já afirmou ser contra a liberação da aplicação da vacina nas crianças de cinco a 11 anos.
Ao todo, 15 pessoas na reunião eram integrantes do governo. Alguns deles ficaram “famosos” ao defender publicamente o uso de medicamentos que não apresentaram cientificamente nenhuma eficácia contra a Covid-19 como Mayra Pinheiro, secretária de Gestão do Trabalho, conhecida também como “capitã cloroquina”.
Foi a secretária que esteve em janeiro deste ano em Manaus, no Amazonas, para defender o aplicativo Tratecovid, que indicava o uso da cloroquina e de outros medicamentos sem comprovação científica contra o vírus. Na ocasião, a capital amazonense estava no auge da crise da falta de oxigênio, que acarretou em inúmeros casos de morte.
Além dela, também esteve na reunião, ainda conforme o “Metrópoles”, Hélio Angotti Neto, secretário de Ciência, Tecnologia e Insumos em Saúde do ministério. Ele, assim como a “capitã cloroquina”, foi alvo da CPI da Covid-19, que pediu o indiciamento de ambos por epidemia com resultado morte e incitação ao crime. Mayra Pinheiro também é acusada de prevaricação e crime contra a humanidade.
Além dos integrantes do governo, outras pessoas de fora da gestão Bolsonaro estiveram no encontro como Bruno Campello de Souza e Ellen Guimarães, que também estiveram em Manaus durante a crise por conta da Covid-19.
Não suficiente, também estiveram presente na reunião Roberta Lacerda de Miranda e Edmilson de Carvalho. Os dois assinaram um documento afirmando serem contrários à vacinação das crianças. Este papel foi enviado para a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) no último dia 16.
Consulta pública
A consulta pública será aberta nesta quinta e assim ficará até o próximo dia 2 de janeiro para que, segundo o Ministério da Saúde, “sejam apresentadas contribuições devidamente fundamentadas”.
O tema vacinação contra a Covid-19 para crianças vem rendendo grandes polêmicas.
Prova disso é que até mesmo Bolsonaro entrou na discussão. O chefe do Executivo, contrário a imunização, ameaçou divulgar nomes de integrantes da Anvisa que aprovaram a medida, que segundo a pasta, é segura para crianças, sendo os benefícios superiores aos riscos.
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