Ministério da Justiça pede que PF abra inquérito sobre atuação dos institutos de pesquisa

Anderson Torres, ministro da Justiça, revelou nesta terça-feira (04) ter pedido para a Polícia Federal (PF) que a corporação abra um inquérito para investigar a atuação dos institutos de pesquisas eleitorais nas eleições deste ano. O anúncio foi feito nas redes sociais pelo chefe da pasta.

Em uma publicação no Twitter, Anderson Torres relatou que o pedido atende à representação recebida pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP), que apontou “condutas que, em tese, caracterizam a prática de crimes perpetrados” por alguns dos institutos.

Assim como publicou o Brasil123, assim que foi anunciado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) enfrentaria Jair Bolsonaro (PL) no segundo turno, aliados do atual chefe do Executivo passaram a questionar os institutos de pesquisa, que não conseguiram captar com precisão as intenções de votos de Bolsonaro.

O Datafolha, por exemplo, um dia antes das eleições, afirmou que Bolsonaro tinha 36% das intenções de votos. O Ipec, na mesma linha, disse que o presidente tinha 37%. Ambos erraram, visto que, no domingo (02), o presidente somou 43,2% dos votos válidos.

Para especialistas, o que pode explicar essa divergência foi a decisão de eleitores de candidatos como Ciro Gomes (PDT) e Simone Tebet (MDB) de ter optado pelo voto útil. Além disso, especialistas também relatam que essa diferença pode ter acontecido por conta de questões metodológicas.

Em nota revelada pelo canal “CNN Brasil”, o Ipec afirmou que “vê com muita tranquilidade qualquer procedimento que vise dar transparência sobre seu trabalho, pois atua com valores e princípios éticos que pautam sua conduta empresarial e profissional, adotando padrões internacionalmente reconhecidos nos métodos utilizados em suas pesquisas”.

Além disso, também relatou que o processo de execução das pesquisas realizadas pelo Ipec, incluindo as de intenção de voto, “é rastreável, registrado eletronicamente da coleta do dado ao seu processamento, visando à integridade do dado coletado”. O Datafolha e outros institutos como Quaest, AtlasIntel, PoderData, Ideia, MDA, Paraná Pesquisas e FSB não se manifestaram, informou o canal.