Uma menina de 13 anos usou sua prova da escola para denunciar que sua mãe estava sendo vítima de violência doméstica. O recado, que viralizou nas redes sociais na quinta-feira (02), foi escrito na cidade de Vale do Anari, em Rondônia.
De acordo com informações do portal “G1”, a Polícia Civil relatou que o caso foi encaminhado para a cidade vizinha, Machadinho D’Oeste, e já está sendo investigado. Segundo André Kondageski, delegado responsável pela ocorrência, agentes da entidade estiveram na residência e constataram que, apesar da violência sofrida, a mãe da menina nunca havia denunciado o agressor.
“Nunca na minha carreira tinha visto algo parecido. Ela nunca denunciou as agressões. Quando a polícia era chamada lá, ela negava que era agredida. Ela está totalmente afetada emocionalmente por conta das agressões”, contou o policial.
Ainda conforme ele, o casal é do Paraná e as agressões psicológicas e físicas, começaram quando o casal ainda morava no estado em questão: o suspeito teria começado a culpar a mulher por conta da morte do primeiro filho deles, que morreu após tomar veneno.
“Eles tiveram um filho lá no Paraná, onde moravam. O bebê, que tinha entre um e dois anos, foi até um paiol, ingeriu veneno de rato e morreu. Desde então, ele começou uma pressão e tortura psicológica sobre ela”, relatou.
Violência e situação desumana
De acordo com André Kondageski, é complicado resumir em uma palavra a situação que a mulher passou desde que perdeu o filho. No entanto, com esforço, ele escolhe a palavra “desumano”.
“Não seria apenas uma palavra para definir o que ela viveu ao lado desse homem, mas desumano se encaixa em toda essa situação”, relatou ele, afirmando ainda que os agentes precisaram de cinco horas de conversa para a vítima sair da casa onde vivia.
“A gente buscou amparar ela, dar apoio. Ela não falava quase nada. Foi bem complicada a oitiva dela. Ela foi encaminhada para fazer o exame de corpo de delito, mas se recusou a tirar a roupa para o médico”, detalhou.
Após sair de casa, a mulher foi encaminhada para a residência de parentes. Já os filhos do casal: três meninas, uma de 16 anos, outra 14 e a de 13 anos, e também um menino, de oito, foram levados para o Conselho Tutelar da cidade.
Por fim, as informações são que a vítima será acompanhada por um psicólogo e um assistente social. Apesar da repercussão, até o momento, o suspeito ainda não foi preso.
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