Mercado imobiliário do país sofre com aumento dos preços da construção

O mercado imobiliário do país vem enfrentando grandes desafios em 2022. O número de lançamentos de imóveis no primeiro trimestre deste ano despencou 42,5% na comparação com o quarto trimestre do ano passado. A Câmara Brasileira da Indústria da Construção divulgou os dados na segunda-feira (23).

Além disso, o número de lançamentos também caiu 7,6% na oferta final de empreendimentos. Esses tombos refletem o aumento dos custos do setor da construção, bem como a conjuntura econômica do país, com a taxa de juros mais alta dos últimos anos.

O número de lançamentos de unidades do programa Casa Verde e Amarela também caiu na comparação trimestral. Em resumo, 22.334 unidades foram lançadas nos três primeiros meses deste ano, respondendo por 42% de todos os empreendimentos lançados no país.

“O tempo todo falamos do efeito aumento de custo que impacta no preço de venda e isso está muito claro no Casa Verde e Amarela, que tem puxado nos últimos tempos a habitação de mercado”, disse o presidente da CBIC José Carlos Martins durante coletiva para apresentação dos dados.

Entenda o que vem provocando a queda dos lançamentos de imóveis

A saber, o mercado imobiliário do país vem sofrendo por dois principais motivos: alta dos custos e dos juros no país. O primeiro fator foi pressionado, principalmente, pelo aço.

“Quando a gente analisa uma ponte, por exemplo, o aumento foi e 73% de custo por um único item que é o aço. No caso do Casa Verde e Amarela esse impacto foi de 34% em um único item”, disse Carlos Martins.

Segundo ele, a redução na alíquota de importação do aço, que abrangeu outros 10 produtos, reduziu a pressão no aumento dos custos. Contudo, isso não foi suficiente para evitar a disparada dos preços do aço.

“A gente percebe que o aumento de custos pegou mais forte e que os empresários administraram os impactos do aumento de custo dos empreendimentos com obras em andamento. Porém, para os novos lançamentos, é inevitável esse repasse no preço de venda”, explicou Carlos Martins.

Já em relação aos juros, o cenário se mostra um pouco mais difícil. Em suma, o Banco Central (BC) elevou dez vezes a taxa básica de juro da economia brasileira desde março do ano passado. Os aumentos têm o objetivo de segurar a inflação no país, que superou 12% em abril a ritmo anual.

A saber, a taxa de juros chegou a 12,75% no início deste mês, maior patamar desde 2017. A expectativa é que os juros subam ainda mais no decorrer do ano. Esse cenário afasta os consumidores do mercado imobiliário, que incorpora o aumento dos juros e acaba tendo empreendimentos mais caros.

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Ruan Samarone

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