O Banco Central (BC) divulgou nesta segunda-feira (17) as projeções mais recentes de mais de 100 instituições do mercado financeiro para a economia brasileira. E o pouco otimismo observado em boa parte do ano passado teve leve melhora nesta semana. Pelo menos é o que indicam os dados do relatório Focus.
De acordo com a publicação, o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro deve crescer 0,29% neste ano. O valor ficou 0,01 ponto percentual (p.p.) maior que o projetado na semana passada (0,28%). Apesar do avanço ter sido bem leve, interrompeu três semanas de queda. Resta saber se continuará subindo nas próximas atualizações.
Para 2021, o mercado financeiro estimou um avanço de 4,50% do PIB nacional. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgará os dados do quarto trimestre e de 2021 apenas nos próximos meses. Já para 2023, a taxa subiu de 1,70% para 1,75%, enquanto se manteve estável em 2,00% para 2024 e 2025.
Inflação deve superar os 5,00% no ano
Além disso, o BC também divulgou as previsões dos analistas para a inflação do Brasil. Para 2022, os economistas do mercado financeiro elevaram suas projeções, de 5,03% para 5,09%, após três semanas de estabilidade. Já para 2023, a projeção subiu de 3,36% para 3,40%, enquanto permaneceu em 3,00% para 2024 e 2025.
A saber, a taxa da inflação é determinada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), e o órgão definiu a meta da inflação em 3,50% para 2022. Aliás, também há um intervalo de 1,5 ponto percentual definido para cima e para baixo, ou seja, a taxa pode variar de 2,00% a 5,00% até o final de 2022 que não extrapolará os limites da meta.
A partir disso, o BC deve adotar medidas para alcançar a meta, pois uma inflação estável permite maior crescimento econômico, visto que há redução nas incertezas do país.
Vale destacar que a inflação é medida pelo IBGE. Em suma, o IPCA, calculado pelo instituto, é considerado a inflação oficial do Brasil. Inclusive, a inflação acumulada em 2021 ficou em 10,06%, maior patamar desde 2015 (10,67%). A taxa também superou as projeções dos analistas, que acreditavam em uma taxa de 9,99% para o ano.
Dólar segue nas alturas
O BC também revelou que o mercado financeiro acredita que o dólar encerrará 2022 cotado a R$ 5,60, mesma taxa das três últimas semanas. A propósito, os analistas estimavam que a moeda norte-americana ficaria em R$ 5,60 também em 2021, mas a forte queda no último pregão do ano fez a divisa encerrar 2021 cotada a R$ 5,57.
Para 2023, os analistas elevaram as suas projeções para o dólar de R$ 5,45 para R$ 5,46. Da mesma forma, houve elevação para 2024, de R$ 5,39 para R$ 5,40, mesma taxa estimada para 2025.
Por fim, o mercado financeiro acredita que a taxa básica de juros do país, a Selic, deverá encerrar 2022 a 11,75% ao ano. Em síntese, o BC se reunirá novamente em fevereiro para definir os juros do Brasil. Em 2021, o BC elevou a taxa Selic sete vezes devido à alta inflação. Assim, a taxa alcançou o maior patamar em mais de quatro anos.
A taxa de juros deve ficar em 8,00% ao ano em 2023 e em 7,00% ao ano em 2024 e 2025.