O mercado financeiro elevou a projeção para a inflação do Brasil em 2020. Em resumo, a estimativa para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) disparou de 3,54% para 4,21% no ano. A saber, a previsão alcançava 3,20% há quatro semanas. Esta é a primeira vez que a projeção ultrapassa o centro da meta definida, que é de 4% em 2020. As informações estão presentes no relatório Focus, do Banco Central (BC), divulgado nesta segunda-feira, dia 7.
De acordo com os dados do boletim, este foi o 17º aumento seguido na estimativa. No entanto, para o próximo ano, houve queda na projeção para a inflação, que caiu de 3,47% para 3,34%. Já para as previsões para 2022 e 2023 permaneceram estáveis, em 3,50% e 3,25%, respectivamente.
Inflação ainda está dentro do limite definido
Em síntese, o Conselho Monetário Nacional (CMN) define a meta para a inflação de três anos seguidos, alterando os valores no decorrer dos anos, caso haja necessidade. Ao mesmo tempo, cabe ao BC adotar medidas para alcançar a meta definida. Isso ocorre, porque uma inflação baixa e estável permite maior crescimento para a economia, visto que há redução nas incertezas econômicas.
Nesse sentido, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) tem papel muito importante. Em suma, o IPCA, calculado pelo instituto, é utilizado como previsão oficial da inflação. Além disso, o CMN tem definido um intervalo de 1,5 ponto percentual para cima e para baixo. Por isso, a meta para a inflação de 2020 é de 4,00% e o intervalo varia de 2,50% a 5,50%. Ou seja, a estimativa para 4,21% está acima do centro da meta que deve ser perseguida pelo BC, mas ainda está dentro do limite permitido.
PIB deve ter uma queda menor
Ao mesmo tempo, o relatório Focus também traz dados sobre a economia do país. Assim, o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro deve sofrer retração de 4,40% em 2020. A última previsão do mercado apontava queda de 4,50%. Já para 2021, a estimativa apontou elevação do crescimento, que passou de 3,45% para 3,50%. Os anos de 2022 e 2023 continuaram com a mesma projeção: devem crescer 2,50% em cada ano.
Por fim, a previsão para a cotação do dólar caiu de R$ 5,36 para R$ 5,22 em 2020. E a Taxa Selic, que define os juros básicos da economia, continuou em 2% para este ano.
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