O Banco Central (BC) divulgou nesta segunda-feira (24) as projeções mais recentes de mais de 100 instituições do mercado financeiro para a economia brasileira. E o pouco otimismo observado em boa parte de 2021 manteve-se quase inalterado nesta atualização. Pelo menos é o que indicam os dados do relatório Focus.
De acordo com a publicação, o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro deve crescer 0,29% neste ano. O valor se manteve estável em relação às projeções da semana passada. Já para 2023, a taxa caiu de 1,75% para 1,69%, enquanto se manteve estável em 2,00% para 2024 e 2025.
Vale destacar que, para 2021, o mercado financeiro estimou um avanço de 4,50% do PIB nacional. A saber, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgará os dados do desempenho da economia brasileira no quarto trimestre e em todo o ano de 2021 apenas em março.
Inflação deve superar os 5,00% no ano
Além disso, o BC também divulgou as previsões dos analistas para a inflação do Brasil. Para 2022, os economistas do mercado financeiro elevaram suas projeções de 5,09% para 5,15%, segunda alta seguida. Já para 2023, a projeção se manteve em 3,40%. Da mesma forma, a taxa ficou estável em 3,00% para 2024 e 2025.
Em suma, a taxa da inflação é determinada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), e o órgão definiu a meta da inflação em 3,50% para 2022. Aliás, também há definido um intervalo de 1,5 ponto percentual para cima e para baixo, ou seja, a taxa pode variar de 2,00% a 5,00% até o final de 2022 que não extrapolará os limites da meta.
A partir disso, o BC deve adotar medidas para alcançar a meta, pois uma inflação estável permite maior crescimento econômico, visto que há redução nas incertezas do país.
Vale destacar que a inflação é medida pelo IBGE. Em resumo, o IPCA, calculado pelo instituto, é considerado a inflação oficial do Brasil. Inclusive, a inflação acumulada em 2021 ficou em 10,06%, maior patamar desde 2015 (10,67%). A taxa também superou as projeções dos analistas, que acreditavam em uma taxa de 9,99% para o ano.
Dólar segue nas alturas
O BC também revelou que o mercado financeiro acredita que o dólar encerrará 2022 cotado a R$ 5,60, mesma taxa das últimas quatro semanas. A propósito, os analistas estimavam que a moeda norte-americana ficaria em R$ 5,60 também em 2021, mas a forte queda no último pregão do ano fez a divisa encerrar 2021 cotada a R$ 5,57.
Para 2023, os analistas elevaram as suas projeções para o dólar de R$ 5,46 para R$ 5,50. Já para 2024, não houve alteração, e a moeda norte-americana deve encerrar o ano cotada a R$ 5,40. Por outro lado, os analistas reduziram levemente as projeções para a divisa em 2025, de R$ 5,40 para R$ 5,39.
Por fim, o mercado financeiro acredita que a taxa básica de juros do país, a Selic, encerrará 2022 a 11,75% ao ano. Em síntese, o BC se reunirá novamente em fevereiro para definir os juros do Brasil. Em 2021, o BC elevou a taxa Selic sete vezes devido à alta inflação. Assim, a taxa alcançou o maior patamar em mais de quatro anos.
A taxa de juros deve ficar em 8,00% ao ano em 2023 e em 7,00% ao ano em 2024 e 2025, segundo estimativas dos analistas.
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