O Banco Central (BC) divulgou nesta segunda-feira (20) a nova atualização do relatório Focus, que traz projeções de analistas do mercado financeiro. A saber, esta é a 24ª semana seguida em que eles apontam mais uma elevação para a inflação do Brasil em 2021.
Nesta atualização, a inflação subiu 0,35 ponto percentual (p.p), variação bem mais elevada do que normalmente acontece, até porque o relatório é semanal. Com isso, a estimativa para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) passou de 8,00% para 8,35%.
Além disso, os economistas do mercado financeiro também elevaram o juro para 2022, que passou de 4,03% para 4,10%, nona alta consecutiva. Isso mostra que a expectativa para a inflação no ano que vem também piora a cada semana. Enquanto isso, a taxa se manteve em 3,25% para 2023 e recuou de 3,03% para 3,00% em 2024.
Entenda como a inflação é definida no Brasil
A saber, a taxa da inflação é determinada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Para 2021, o órgão definiu a meta da inflação em 3,75%. No entanto, o CMN também tem definido um intervalo de 1,5 ponto percentual para cima e para baixo. Por isso, a meta para a inflação de 2021 é de 3,75% e o intervalo varia de 2,25% a 5,25%.
Isso quer dizer que a inflação pode chegar até 5,25% no final de 2021 e, mesmo assim, ela não extrapolará o limite da meta. Contudo, a projeção do mercado para 8,35% supera em mais de três pontos percentuais o limite superior definido pelo CMN.
A propósito, o conselho também define a meta para a inflação de três anos seguidos, alterando os valores caso haja necessidade. A partir disso, o BC deve adotar medidas para alcançar a meta, pois uma inflação estável permite maior crescimento econômico, visto que há redução nas incertezas do país.
Aliás, a inflação é medida pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em suma, o IPCA, calculado pelo IBGE, é considerado a inflação oficial do Brasil. Inclusive, a inflação acumulada neste ano está em 5,67%, enquanto chega a 9,68% nos últimos 12 meses.
Estimativa para o PIB fica estável
O relatório Focus também reportou que a projeção para o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro em 2021 se manteve estável em 5,04% após cinco quedas seguidas. Já a estimativa para 2022 caiu de 1,72% para 1,63%, terceiro recuo consecutivo. Enquanto isso, a taxa se manteve inalterada para 2023 e 2024, anos em que a economia do país deve crescer 2,30% e 2,50%, respectivamente.
Por fim, o dólar deve encerrar o ano cotado a R$ 5,20, mesmo nível projetado na semana passada. Já a taxa básica de juros do país, a Selic, subiu de 8,00% para 8,25% ao ano. Atualmente a taxa está em 5,25%, mas deve subir 1,0 ponto percentual na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), do BC, em 21 e 22 de setembro.
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