Mercado de trabalho do país sofre para se recuperar, mostra FGV

O Indicador Antecedente de Emprego (IAEmp) caiu 0,1 ponto em março deste ano, na comparação com fevereiro. Este é o quinto recuo consecutivo do indicador, que caiu para 75,0 pontos no mês passado. Assim, atingiu o menor patamar desde agosto de 2020 (74,8 pontos) e ficou ainda mais longe do nível de fevereiro de 2020 (92,0 pontos), período pré-pandemia.

Em suma, este resultado mostra as dificuldades que o mercado de trabalho do país vem enfrentando para se recuperar. A saber, os brasileiros estão sofrendo para conseguir um emprego há anos. A situação ficou ainda mais séria com a pandemia da Covid-19 e o cenário ainda é de muitos desafios.

De acordo com o Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre), responsável pela pesquisa, o leve recuo em março só aconteceu graças à melhora dos números sobre a crise sanitária. Além disso, as projeções positivas para o setor de serviços, bastante afetado pela pandemia, ajudaram a manter o IAEmp praticamente estável no mês passado.

“Após cair por quatro meses consecutivos, o IAEmp acomodou em março. O resultado ainda mantém o indicador em um patamar baixo, e foi influenciado pela evolução favorável nas expectativas do setor de serviços com a melhora do quadro da pandemia”, explicou o economista do FGV Ibre, Rodolpho Tobler.

“A recuperação do mercado de trabalho nos próximos meses depende de uma recuperação mais forte da atividade econômica, mas o elevado nível de incerteza continua sendo um fator de risco”, ponderou Tobler.

Inflação e juros altos limitam crescimento econômico

A vida dos brasileiros deve continuar difícil neste ano. Embora os números da pandemia estejam em queda, a população ainda tem muitos desafios a enfrentar. E o primeiro deles é a inflação elevada, que supera os 10% a ritmo anual há meses. A saber, a meta central do Banco Central para a taxa inflacionária é de 3,5% para 2022.

Para tentar conter a inflação, o BC já elevou dez vezes consecutivas a taxa Selic, que é a taxa básica de juro da economia. No mês passado, a Selic chegou a 11,75%, maior patamar desde abril de 2017. E a expectativa é que haja ainda mais avanços neste ano.

Em resumo, uma Selic mais alta puxa consigo os juros praticados no Brasil, como o imobiliário e o bancário. Assim, o crédito fica mais caro e a população tende a gastar mais para pagar compras parceladas, por exemplo.

Como o brasileiro vem sofrendo com a redução de renda, quando não com a falta de emprego, passa a utilizar o crédito com mais frequência. E tudo isso se torna um ciclo bastante negativo para a população.

Por fim, a principal consequência deste cenário é um fraco crescimento econômico do país, que também enfraquece o mercado de trabalho. Ou seja, resta aos brasileiros seguirem buscando emprego e torcendo por uma melhora do país.

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Ruan Samarone

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